O dia 12 de junho de 2023, segunda-feira, foi um dia comum, mas também muito especial.

Na vida do ministério, é frequente participar de velórios. Muitas vezes, vou a cerimônias fúnebres de pessoas com as quais não convivi em vida. Descobri desde cedo que é normal comparecer a velórios, especialmente pelas pessoas que ficaram, pois são elas que mais precisam do nosso abraço, carinho, ouvidos atentos e, talvez, de uma palavra que traga algum alento aos corações que sofrem naquele momento.

Assim que possível, dirigi-me ao local do velório. Desde o início, fui impactado por uma cena dolorosa: muitos meninos e meninas, a maioria com menos de 25 anos. Não sei se você já esteve em um velório de jovens, mas posso dizer que é especialmente avassalador, pois os jovens reúnem a galera, tanto nas alegrias quanto nas tristezas.

Lá, descobri um pouco mais sobre o que realmente aconteceu. Um irresponsável, inconsequente e egoísta, embriagado, pegou o volante e ceifou a vida de um jovem de 20 anos. Um filho exemplar, o braço direito da mãe, alguém muito presente na vida das primas e de seus filhos. Só ouvi coisas boas sobre esse rapaz. No entanto, isso é comum em velórios, mas naquela situação havia uma verdade incontestável. A minha experiência me diz que um velório cheio é um sinal de que a pessoa que partiu teve uma vida significativa. E normalmente é assim.

Ofereci algumas palavras, cantamos e oramos, mas eu não tinha ideia do que estava por vir.

Houve uma pausa.

Minha amiga e irmã, Mirtis, me contou que o rapaz amava motos, mas a família o convenceu a comprar um carro, mesmo sem ter carteira de motorista. Nessas horas, um amigo habilitado sempre se oferecia para dirigir em seu lugar. Foi assim que ocorreu a tragédia: um amigo estava dirigindo o carro dele quando o irresponsável colidiu com eles.

Fim da pausa.

Como ele adorava motocicletas, os amigos levaram algumas delas até bem perto do sepultamento. E então aconteceu: eles começaram a acelerar, a fazer barulho, um som tão alto. E ao mesmo tempo, o som das motos se misturava com o choro alto dos jovens ali presentes. Jovens, adolescentes, crianças... todos intensos tanto na alegria quanto na tristeza.


Aquilo tudo foi penetrando em mim e me emocionei profundamente. Apertei uma conversa no WhatsApp e gravei um áudio com aquele som. Liguei no carro e pude sentir a mesma emoção. Após o sepultamento, fui embora, refletindo sobre como a vida é passageira. E se você chegou até aqui, deixo algumas coisas para que você reflita:

Viva intensamente a sua vida.

Não deixe nada para depois.

Diga tudo o que precisa ser dito.

Perdoe.

Ame.

Restaure relacionamentos.

Comece.

Por fim, não seja um imbecil, não cometa o desatino de beber qualquer quantidade de álcool e dirigir. Você pode se matar ou pior pode matar alguém que não tem nenhuma responsabilidade com sua estupidez.

Deus te abençoe muito.

Ore pela Dona Angela, os próximos dias serão realmente difíceis.