O educador Paulo Freire
revolucionou o sistema de ensino brasileiro com um legado de sabedoria à humanidade. Uma de suas frases mais famosas
ressaltava que “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo; os homens
se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Em suas obras sua
visão pautava na seguinte filosofia: “(...)
o processo de ensinar e aprender pressupõe a existência de encontros”. Tudo
está inteiramente relacionado à comunicação, pois antecede a todas as
tecnologias. Assim, segundo seu pensamento: “(...)
é atributo humano produzir e transmitir conhecimento com autonomia”.
Nos dias atuais, a humanidade
conquistou uma ferramenta autônoma chamada “internet”.
Ela capacita o usuário a acessar a maior biblioteca do mundo. Se for explorada
para fins educativos, pode se transformar em um grande auxílio ao professor
para revolucionar o sistema de ensino. No entanto, para sua ocorrência existe a
necessidade de profissionais preparados para trabalhar com uma das maiores
criações tecnológicas do século XX.
Na
verdade, o objetivo primordial da educação com o seu uso seria despertar a
criatividade do estudante, além do interesse dele em relação à leitura e à
escrita, a fim de contribuir para a melhoria do processo ensino-aprendizagem. O
professor José Manuel Moran deixou bem claro essa premissa ao afirmar em uma
das suas últimas entrevistas: "A Internet nos ajuda, mas ela sozinha
não dá conta da complexidade do aprender". Ainda por cima, tem
levantado um enorme dilema: “Como
gerenciar uma grande quantidade de informações com qualidade”!
Em meio a
esse desafio, a história universal comprova que em todas as épocas o homem
sempre sobreviveu pela sua interação com o outro de forma colaborativa. Por
isso, hoje cabe ao professor de acordo com o pesquisador espanhol Moran da
Universidade de São Paulo, dois papéis: "ajudar
na aprendizagem de conteúdos e ser um elo para uma compreensão maior da
vida". A boa notícia segundo ele: "hoje
temos a possibilidade de os alunos participarem de ambientes virtuais de
aprendizagem". Assim, a grande tarefa seria "motivá-los a continuar aprendendo quando não estão em sala de
aula".
Enfim, o
uso da internet na educação pressupõe um comportamento do professor diferente do
convencional. Há tempos deixou a função de "informador", o que
centralizava todo conhecimento. Hoje, a informação está em inúmeros bancos de
dados na famosa “nuvem virtual”. Dessa forma, o educador tem a responsabilidade
de coordenar o processo de aprendizagem.
Sua missão deve sensibilizar os estudantes, estimulá-los para a
importância do estudo, inteiramente voltado para os seus interesses. Portanto,
mais do que tecnologia, o processo ensino-aprendizagem é a capacidade autêntica
do professor de estabelecer uma relação de confiança com seus estudantes, pelo
equilíbrio e competência quando faz seu trabalho.