Dedico este pequeno texto à memória do grande Eduardo Brizotti, que acaba de nos deixar. Du Brizotti era único. Eu sei que todos nós somos únicos, mas ele era mais único que os outros. Felizmente há gente assim, única como Du, a iluminar os nossos caminhos, que, não fossem iluminados por eles, seriam sempre escuros e aterradores. 

O texto que segue já existia e então não foi escrito em homenagem a Du. Mas, ao relê-lo agora, não pude deixar de lembrar do amigo que se foi.  

 

A ilha pequenina

Sim, meus amigos, a vida é um mar de tristezas. Portanto, não se culpe por ser amargo, por ter medo, por lhe faltar esperanças. Ser assim é natural, ainda mais diante deste cenário sombrio em que vivemos. 

Estranho é alguém se dizer sempre feliz, e também aquele que acredita que pode alcançar a felicidade fazendo tudo o que o malandro lhe diz (apenas para lhe tomar o dinheiro). E estranho também é o próprio malandro, que engana os outros para tomar o seu dinheiro achando que isso lhe trará felicidade. Ledo engano. 

Mas nem tudo é desesperança, vale sempre lembrar. Afinal, há nesse imenso oceano de lágrimas, quase invisível diante da imensidão que a cerca, uma pequena ilha, uma pequenina e valente ilha que resiste! E é por causa dela que podemos erguer a cabeça, respirar ar puro e prosseguir, pois ela está lá, nalgum lugar da imensidão.

É claro que para alcançar essa ilhota será preciso lutar, mas a luta será menos dura quanto mais certos estivermos do caminho. E já na caminhada havemos de vê-la de quando em vez, brilhando lá de longe e nos enchendo de luz, de vida e de esperança!