Quanto mais Psicomotricidade, melhor!!!!!!
Mas o que é psicomotricidade?
É movimento? É recreação? É Educação Física?......
Esse termo, atualmente, muito usado, deverá ficar cada vez mais na pauta das discussões sobre educação e desenvolvimento infantil. Não só por sua importância no desenvolvimento, mas por ser um fator que perpassa toda a vida do sujeito. A psicomotricidade é uma ciência, e como tal, estuda a relação entre a condição motora, a mente e a afetividade. Nesse sentido, como a condição de desenvolvimento motor influi nas condições de aprendizagem e o quanto essas se tornam significativas para o sujeito. Introduzida pelo psiquiatra Ernest Dupré, estudada e amplamente divulgada por Henri Wallon, esse conceito data do início do século XX.
Estamos, desde sempre, acostumados a pensar segundo o dualismo cartesiano, onde o corpo é dissociado da mente e vice-versa. E por isso quando abordamos esse tema, temos dificuldade em compreender o quanto a tríade ou o cérebro Triúnico(cognição, ação e emoção) representa o funcionamento da pessoa.
Existe uma relação constante e contínua entre o motor e o cognitivo. Quando entendo que as fases do desenvolvimento motor, sucessivamente, são fortalecedoras, isto é, uma possibilita a outra, percebo também, que tais experiências habilitam, motoramente, aquela criança a aprender com e para a experiência futura. Assim, percebo que a medida que um bebê está apto a sustentar sua cabeça, também estará pronto para ter uma nova experiência visual e auditiva, que sua motivação e interesse estarão acionando seu sistema emocional, que por sua vez lhe trarão novas aprendizagens. Com elas virão impactos afetivos que potencializarão ou não, sua aprendizagem.Percebo também que quando uma criança tem uma coordenação motora ampla bem desenvolvida, e isso se dá por condições motoras (neurológicas), com equilíbrio, força, está também, na idade neurológica, pronta para aprender a escrever. Ou seja, não posso querer um traçado bonito e regular para alguém que ainda não passou por experiências e amadurecimento motor global.
Então isso significa que a psicomotricidade é um processo experiencial e está vinculada de forma imperativa a aprendizagem , seu desenvolvimento será a base propulsora de tal processo. Portanto constatamos sua relação com a neurologia, psicologia e pedagogia, onde um sujeito usa, sente e aprende, através, e com o seu corpo. Não é à toa que uma criança com comprometimentos motores, necessita de adaptações e cuidados para se desenvolver, assim como, uma criança com transtornos comportamentais, também. Ou seja, o corpo e a mente interagem durante toda a vida. Os idosos perdem o equilíbrio, a audição, a visão e isso pode gerar impactos cognitivos e psíquicos. A psicomotricidade também estará por toda vida!
Levando esses fatores em consideração, podemos perceber a importância da formação do profissional da educação infantil, sem falar na visão do psicopedagogo em avaliar o desenvolvimento da criança. Afinal, o primeiro pode atuar, não só numa perspectiva preventiva e qualitativa, no desenvolvimento e aprendizagem, mas determinantemente nas bases dessa, uma vez que atua num espaço de tempo precioso das crianças, a formação neurológia até os 6/7 anos. E o segundo, de maneira avaliativa, no sentido de detectar, encaminhar e atuar no âmago do problema. Existem trabalhos específicos voltados para a psicomotricidade, feito por psicomotricistas, profissionais capacitados, fortemente influenciados pela escola francesa de psicomotricidade. No Brasil, aqui no estado de São Paulo, capital temos a GAE, ISPE, entre outras para formação desses profissionais e a Balance Desenvolvimento Humano, referência na avaliação e intervenção psicomotora.
Se a psicomotricidade pode assegurar um desenvolvimento funcional e global, precisamos agora, avaliar a qualidade da vida que estamos proporcionando para as nossas crianças.
Elas brincam com os seus corpos, exploram os ambientes, experimentam emoções através de atos motores?
Vivenciar o concreto é um alicerce forte para crescer e aprender. Hoje temos informações muito rápidas e assistimos um descompasso contemporâneo, um avanço mental sobre o físico. Devemos repensar a qualidade dessas experiências e avaliar se não temos aqui uma desproporcionalidade, acarretando impactante sofrimento emocional!