Abdias Nascimento nasceu na cidade de Franca/SP, em 14 de março de 1914, foi professor, artista, político e escritor, trabalhou pela igualdade racial, combateu o racismo e buscou formas de diminuir a desigualdade existente entre os brancos e os afrodescendentes brasileiros.

Participou ativamente da Frente Negra Brasileira, fundou o Teatro Experimental do Negro e organizou, em 1950, o 1º Congresso do Negro Brasileiro.

Embora fosse um ativista da causa dos afrodescendentes e artista respeitado foi exilado e só pode voltar ao Brasil em 1981. Aqui continuou seu trabalho e foi eleito Deputado Federal para a 43ª Legislatura (1983-1987)

Seu mandato como Deputado Federal foi dedicado à luta contra o racismo, propondo políticas públicas que ajudassem a corrigir a discriminação sofrida pelos brasileiros descendentes dos africanos, que para cá foram trazidos como escravos.

Para demonstrar que estava empenhado em trabalhar pela causa dos afrodescendentes, ao fazer seu primeiro discurso na tribuna da Câmara Federal, de forma inédita, invocou a mãe África e reverenciou os seus deuses ancestrais.

Tempos depois quando Leonel Brizola, pela segunda vez, fazia sua campanha para governador do Rio de Janeiro, ainda como candidato, afirmou que tinha um compromisso com a causa antirracista.

Eleito governador do Rio de Janeiro e tomando posse em 15 de março de 1991, Leonel Brizola concretizou sua promessa de campanha, criou a Secretaria de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras e escolheu para seu comando Abdias Nascimento.

As ações do governador Brizola e do secretário Abdias Nascimento, por seu pioneirismo e coragem no enfrentamento do problema da discriminação racial, foram motivo de muitas críticas por parte dos meios de comunicação da época.

Em decorrência do afastamento do senador Darcy Ribeiro, ainda no ano de 1991, Abdias Nascimento assume como senador e prossegue sua luta pela igualdade racial.

No livro “Abdias Nascimento – grandes vultos que honraram o Senado”, a autora Elisa Larkin Nascimento conta que no seu discurso inicial, da tribuna do Senado, Abdias Nascimento explicava a necessidade das escolas ensinarem a importância da cultura africana para que o Brasil pudesse “recuperar sua própria identidade nacional e resgatar a dívida que tem para com seus cidadãos de origem africana”.

Ao longo de sua vida Abdias Nascimento recebeu o título de “Doutor honoris causa” de universidades do Brasil e da África, além de ter recebido outros prêmios e honrarias.

Homenagens póstumas continuam acontecendo, por exemplo, no Estado do Rio de Janeiro comemora-se no dia 14 de março, data do seu nascimento, o “Dia do Ativista”.

Já em São Paulo, a exposição: “Abdias Nascimento: um artista pan-africano” está em cartaz no MASP, até o dia 5 de junho de 2022.

Abdias Nascimento morreu no Rio de Janeiro, em 23 de maio de 2011, sua luta e seu legado, todavia, não podem morrer.