Poucos
dias após o fim da retirada das tropas americanas do Afeganistão, o Taleban
enfrenta o desafio de deixar de ser um grupo insurgente e administrar o poder
do país, mas o anúncio do novo Governo não deverá ser feito ao menos até
amanhã, 04, segundo um dos seus porta-vozes informou.
Após
a revelação, a nova formação será submetida a um escrutínio internacional, para
que se veja se cumprirão as promessas de maior tolerância. Será necessária a
formação de uma estrutura capaz de dirigir a economia do país, devastada pela guerra,
tendo um alto funcionário adiantado que dificilmente a nova composição incluirá
mulheres na gestão.
Ainda
hoje, 03, a Organização das Nações Unidas – ONU anunciou a retomada de voos
para transporte de ajuda humanitária, que permitirão a operação de 160
organizações de cunho humanitário nas “atividades
para salvar vidas humanas nas províncias do Afeganistão”, de acordo com
Stephane Dujarric, porta-voz do órgão.
O
Catar informou estar trabalhando com as novas autoridades para a reabertura do
Aeroporto Internacional de Cabul, cuja administração poderá ter a participação
da Turquia, e as empresas Western Union
e Moneygram reativaram seus serviços de transferência de dinheiro no país. O
Ministério das Relações Exteriores da China prometeu manter aberta sua embaixada
e melhorar as relações com o Afeganistão.
No
dia de ontem, 02, houve um protesto na cidade de Herat, em que compareceram
cerca de 50 mil mulheres, que reivindicavam direitos ao trabalho e criticavam a
exclusão da sua participação no Governo. “É
nosso direito ter educação, trabalho e segurança”, “não temos medo, estamos
unidas”, gritavam as protestantes. A Basira Taheri, organização envolvida
no planejamento, disse que “quremos que o
Taleban aceite falar conosco”.