O Exército de Israel recuperou o corpo de um refém
tailandês que estava preso na Faixa de Gaza desde o ataque do Hamas em 7 de
outubro de 2023, disse o ministro da Defesa do país, Israel Katz, nesta sábado
(7), enquanto ataques aéreos israelenses mataram 45 pessoas, de acordo com
médicos locais.
O corpo de Nattapong Pinta foi mantido pelo grupo
militante palestino Brigadas Mujahedeen e recuperado na área de Rafah, no sul
de Gaza, disse Katz. Sua família na Tailândia foi notificada.
Pinta, um trabalhador agrícola, foi sequestrado no kibutz
Nir Oz, uma pequena comunidade israelense perto da fronteira de Gaza, onde 25%
da população foram mortos ou feitos reféns durante o ataque do Hamas que
desencadeou a guerra devastadora em Gaza.
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), grupo de ajuda
apoiado pelos Estados Unidos e por Israel, informou neste sábado que não
conseguiu distribuir assistência aos civis palestinos, culpando as ameaças do
Hamas, que o grupo islâmico negou.
Militares israelenses disseram que Pinta foi levado vivo
e morto por seus sequestradores, que também mataram e levaram para Gaza os
corpos de mais dois reféns israelenses-americanos que foram recuperados nesta
semana.
Não houve nenhum comentário imediato das Brigadas
Mujahedeen, que anteriormente negaram ter matado seus prisioneiros, ou do
Hamas. Os militares israelenses disseram que as Brigadas ainda mantinham o
corpo de outro cidadão estrangeiro. Acredita-se que apenas 20 dos 55 reféns
restantes ainda estejam vivos.
As Brigadas Mujahedeen também mantiveram e mataram a
refém israelense Shiri Bibas e seus dois filhos pequenos, de acordo com as
autoridades israelenses. Seus corpos foram devolvidos durante um cessar-fogo de
dois meses, que entrou em colapso em março, depois que os dois lados não
chegaram a um acordo sobre os termos para estendê-lo a uma segunda fase.
Desde então, Israel tem expandido sua ofensiva por toda a
Faixa de Gaza, enquanto os esforços liderados pelos Estados Unidos, o Catar e o
Egito para garantir outro cessar-fogo têm fracassado.
Médicos em Gaza disseram que 45 pessoas no total foram
mortas em ataques aéreos israelenses no enclave neste sábado.
Pelo menos 15 palestinos foram mortos e 50 ficaram
feridos por ataques aéreos no distrito de Sabra, na cidade de Gaza, no norte do
enclave, informaram autoridades de saúde locais.
Mais de um míssil caiu na área. O alvo parece ter sido um
prédio residencial de vários andares, mas a explosão danificou várias outras
casas próximas, de acordo com testemunhas e a imprensa.
O Exército israelense não comentou imediatamente.
Posteriormente, alertou as pessoas para deixarem o distrito vizinho de Jabalia,
dizendo que iria atacar lá depois que foguetes foram lançados por militantes
nas proximidades.
Autoridades de saúde palestinas afirmaram que os
hospitais de Gaza só têm combustível para mais três dias e que Israel está
negando o acesso de agências internacionais de ajuda humanitária às áreas onde
estão localizados os depósitos de combustível destinados às unidades
hospitalares.
Não houve resposta imediata dos militares israelenses ou
da Cogat, a agência de defesa israelense que coordena as questões humanitárias
com os palestinos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) tem alertado que a
maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza correm o risco de passar fome
após um bloqueio israelense de 11 semanas, com a taxa de crianças que sofrem de
desnutrição aguda quase triplicando.
A distribuição de ajuda foi interrompida na sexta-feira,
depois que a GHF disse que a superlotação havia tornado insegura a continuidade
das operações e que não poderia distribuir nenhuma ajuda humanitária neste
sábado porque o Hamas havia feito "ameaças diretas" contra suas
operações.
Uma autoridade do Hamas disse à Reuters que não tinha
conhecimento dessas "supostas ameaças".