A decomposição de resíduos de alimentos em aterros sanitários em locais como Buenos Aires, Nova Délhi, Mumbai e Lahore está liberando milhares de toneladas de gás metano, um dos principais aquecedores do planeta, concluiu novo estudo.
Com cerca de 570 milhões de
toneladas de gases causadores do efeito estufa emitidos a cada ano em processos
industriais e naturais, a concentração de metano na atmosfera tem aumentado em
ritmo recorde, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica
dos Estados Unidos (EUA).
Em alguns países, a
principal fonte está na agropecuária - principalmente no gado, mas também
em outros rebanhos e aves. Nos EUA, o setor de petróleo e gás é o principal
responsável. Mas há também outra grande fonte global: o lixo.
Com dados de um detector
equipado em satélite que mostra altos níveis de metano sobre cidades na Índia,
no Paquistão e na Argentina, uma equipe de cientistas analisou mais de
perto para determinar as fontes de emissão.
Imagens de satélite de alta
resolução, obtidas em 2020, revelaram que o metano é procedente de
aterros na capital argentina, Buenos Aires, nas cidades indianas de Nova Délhi
e Mumbai, e na segunda maior cidade do Paquistão, Lahore, de acordo com o
estudo publicado nessa quarta-feira (10) na revista Science Advances.
Um dos aterros em
Mumbai, por exemplo, estava emitindo 9,8 toneladas de metano por hora, ou 85
mil toneladas por ano, de acordo com as conclusões do estudo. O aterro em
Buenos Aires emite cerca de 250 mil toneladas anualmente, metade das emissões
totais de metano na cidade.