A Guarda Costeira dos EUA
acredita que nas próximas horas deve acabar o oxigênio a bordo do submersível
Titan, que desapareceu no domingo (18/06).
O Titan tem cinco pessoas a
bordo e faz parte da empresa OceanGate, que oferece tours submarinos para
visitar os destroços do Titanic, que naufragou em 1912.
Na terça-feira (20), às 13h
na costa leste dos EUA (14h em Brasília), a Guarda Costeira dos Estados Unidos
estimou que restavam cerca de 40 horas de suprimento de oxigênio no submarino.
Ou seja, haveria suprimento até aproximadamente 6h da manhã desta quinta-feira
(22/06) no horário de Brasília.
Um empresário que já
participou de uma viagem no submarino Titan até o local de naufrágio do Titanic
acha que as pessoas a bordo conseguirão maximizar seu suprimento de oxigênio,
podendo fazer ele durar mais do que apenas a manhã desta quinta-feira.
Equipes de resgate disseram
que precisam permanecer "otimistas e esperançosos". Dez navios extras
e vários submarinos se juntarão à busca nesta quinta-feira, mais do que
dobrando o número de embarcações que trabalham na operação.
Mas o capitão Jamie
Frederick, que lidera as buscas, disse: "Não sabemos onde eles estão, para
ser franco com você".
A área de buscas se expandiu
depois que equipes de resgate detectaram sons na terça e quarta-feira. A área
da região das buscas é o dobro do tamanho do Sergipe com 4 km de profundidade.
Não está claro o que são
esses ruídos e sequer se eles foram emitidos pelo submarino.
O ex-comandante do submarino
nuclear da Marinha dos EUA, David Marquet, alerta que os sons podem não estar vindo
do Titan, e sim das próprias embarcações que fazem as buscas.
"Não acho que o barulho
seja deles, podem ser apenas sons naturais. Estamos ouvindo barulhos quando
mais navios estão entrando na área, e não acho que isso seja
coincidência", disse ele à BBC.
Mas para outros, os ruídos
podem ser bons sinais.
Notícias de que ruídos foram
captados na busca por um submersível desaparecido ofereceram um vislumbre de
esperança de que os cinco homens a bordo estejam vivos.
Frank Owen, do Submarine
Institute of Australia, diz estar confiante — com base nas informações
disponíveis — que os sons estão vindo de dentro da embarcação.
"Se houve um intervalo
de 30 minutos, é muito improvável que seja algo não humano", disse ele à BBC.
Frank diz que os ruídos
podem ser ideia de Paul-Henry Nargeolet, de 77 anos, ex-mergulhador da marinha
francesa e renomado explorador, que é um dos tripulantes do Titan.
"Ele deve conhecer o
protocolo para tentar alertar as forças de busca... na hora e na meia hora,
você bate com tudo por três minutos", acrescentou Frank.
Duas pessoas que estão no
Titan — Paul-Henry Nargeolet e Hamish Harding — são membros do Explorers Club,
uma organização internacional centenária envolvida em explorações científicas.
"Há boas razões para
esperança, e estamos tornando isso mais esperançoso", escreveu na internet
o presidente da entidade, Richard Garriott.
O explorador marítimo David
Gallo acredita que seria necessário um milagre para resgatar os tripulantes com
vida, mas ele continua otimista.
Ele disse à rede britânica
ITV que os ruídos vindos de debaixo d'água são "críveis e
repetíveis", o que significa que as equipes precisam assumir que estão
vindo do submersível e agir rapidamente para localizá-lo.
"Temos que, neste
ponto, assumir que é o submarino e nos mover rapidamente para esse local,
localizá-lo e colocar robôs lá para verificar se é mesmo onde o submarino
está", disse ele.
"Eles precisam estar
completamente prontos como se fosse o submarino, porque para localizá-lo e
levá-lo à superfície leva horas."
O capitão Marquet acredita
que as chances de sobrevivência dos que estão a bordo são baixas, mas
aumentaram um pouco, porque os equipamentos necessários para puxar o Titan do
fundo do mar estão a caminho da área.
O Flyaway Deep Ocean Salvage
System (FADOSS) é usado pela Marinha dos EUA. Normalmente, o FADOSS é usado
para recuperar objetos grandes e pesados que afundaram, como aeronaves e
pequenas embarcações.
O FADOSS é forte o
suficiente para levantar 27 toneladas e pode descer a até 6 mil metros no mar.
O esforço de resgate mais
profundo registrado com um FADOSS é de 6 mil metros. Os destroços do naufrágio
do Titanic estão a uma profundidade de 3,8 metros.
Um veículo operado
remotamente (ROV) da empresa britânica Magellan está sendo carregado em um
avião C17 no aeroporto de Jersey.
O submarino da Magellan,
chamado Juliet, escaneou recentemente os destroços do Titanic, produzindo uma
visão 3D de todo o navio.
Ele levará cerca de 48 horas
para chegar ao local – o que está além do prazo dado para o ar para os
passageiros.
O Juliet poderá mergulhar em
toda a profundidade do local, e a equipe tem um conhecimento detalhado da área
do mar profundo, tendo estado lá recentemente.
O submarino estava
disponível desde o início da semana, mas foi retido por questões burocráticas.
O Polar Prince — o navio de
pesquisa de onde o Titan foi lançado — continua sendo o centro de comando para
a busca, localizado perto do local do naufrágio do Titanic.
Veículos controlados
remotamente equipados com câmeras farão a varredura das profundezas do fundo do
mar ao longo do dia.