A
Câmara de Deputados do Chile aprovou nesta terça-feira, 09, a abertura de
processo de impeachment contra o atual Presidente, Sebastián Piñera, devido à
aparição do seu nome nos Pandora Papers, pela
venda de uma empresa ligada à sua família.
Encerrada
a votação, 78 Deputados foram favoráveis à abertura do processo, enquanto 67 se
posicionaram contrariamente e 03 se abstiveram. Eram necessários exatamente 78
votos para a aprovação, seguindo a análise do pedido para o Senado. Caso a
câmara alta determine o afastamento, apesar de a aliança governista ter a
maioria, quem assumirá será o então Ministro do Interior, Rodrigo Delgado.
O
processo foi iniciado após a divulgação dos Pandora
Papers, uma investigação jornalística capitaneada pelo Consórcio
Internacional de Jornalistas Investigativos – ICIJ, que apontou a realização de
uma operação pelo então Presidente com potencial conflito de interesses
envolvendo uma conta offshore nas
Ilhas Virgens Britânicas.
Para
o representando do chefe de Estado, o advogado Jorge Gálvez, que discursou
durante cinco horas e meia, o que se busca é “a desqualificação da trajetória de Piñera, porque não encontram atos
da administração do Presidente para qualificar os crimes dos quais ele é
acusado”.
Além de tudo, Piñera está com a imagem desgastada por conta da Assembleia Constituinte formada após reivindicações populares de 2019 e por atritos com os povos mapúches, além de ter anunciado a militarização de quatro zonas habitadas por estes indígenas, após a morte de uma mulher em embate com a polícia durante protestos na capital chilena.