Ação
foi idealizada após ofensas a Vini Jr. e a goleiro do Ypiranga-RS
A Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) anunciou que a oitava rodada da Série A do Campeonato Brasileiro,
marcada para este fim de semana, terá uma campanha de combate ao racismo. A
manifestação envolverá os jogadores dos 20 clubes da competição, além dos
árbitros escalados para as dez partidas do sábado e do domingo (27 e 28).
A ação será realizada após
as ofensas racistas feitas ao brasileiro Vinícius Júnior, atacante do Real
Madrid, no jogo contra o Valencia, no domingo passado (23), pelo Campeonato
Espanhol. Um dia antes, o goleiro Caíque, do Ypiranga (RS), denunciou um
torcedor do Altos (PI) que o chamava de "uva preta", em duelo da
Série C do Brasileirão.
Segundo a CBF, os jogadores
vestirão camisas com a frase "Com o racismo não tem jogo", que também
estará estampada nas faixas dos capitães, nas moedas dos árbitros, nas bolas,
nos estádios e nas placas de publicidade. Quando o início das partidas for
autorizado, os atletas sentarão no gramado por 30 segundos, em apoio à
campanha.
"Contamos com o apoio
de cada torcedor. Racismo é um crime brutal e deve ser banido dos estádios.
Basta de preconceito", disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues,
primeiro negro a comandar a entidade, ao site da confederação.
Manifestações
preconceituosas, como racistas ou homofóbicas, passaram a ser puníveis esportivamente
no futebol brasileiro, conforme o Regulamento Geral de Competições da CBF para
este ano. A equipe pode ser advertida, ter de pagar uma multa limitada a R$ 500
mil, ser impedida de registrar atletas e até perder pontos.
Sul-Americana
O caso mais recente de
racismo envolvendo atletas brasileiros ocorreu na quarta-feira (24), na partida
entre Santos e Audax Italiano, no Estádio El Teniente, em Rancágua, no Chile.
Durante o jogo, válido pela quarta rodada da Copa Sul-Americana, o zagueiro
Joaquim e o atacante Ângelo foram alvo de torcedores locais, com ofensas
raciais e gestos imitando macacos.
Em nota, o Santos informa
que fez denúncia à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que ainda
não se manifestou. Em março do ano passado, a Conmebol aumentou o peso das
punições em casos de preconceito, após vários atos racistas contra brasileiros
em partidas válidas pelos torneios continentais, durante o primeiro semestre. A
multa mínima passou de R$ 150 mil para R$ 500 mil. O clube enquadrado ainda
pode ter de atuar com as arquibancadas fechadas.