A agência estatal ucraniana responsável pela zona de exclusão da Central Nuclear de Chernobyl acusou, nas últimas horas, as forças russas de terem destruído um novo laboratório no complexo dedicado à gestão de resíduos radioativos.
A ocupação russa da central
nuclear, desativada após o desastre de 1986, concretizou-se logo no início da
invasão da Ucrânia, no fim de fevereiro.
O laboratório
abriga "amostras altamente ativas e amostras de radionuclídeos que
estão agora nas mãos do inimigo", segundo a agência estatal ucraniana
responsável pela zona de exclusão.As autoridades ucranianas lembram que o
laboratório agora destruído foi inaugurado em 2015 e custou 6 milhões de
euros, em projeto apoiado pela Comissão Europeia.
Os radionuclídeos são átomos
de elementos químicos que libertam radiação.
"Esperamos que só cause
dano a si mesmo e não ao mundo civilizado", diz a agência em
comunicado.
A agência nuclear da Ucrânia
tinha afirmado, na segunda-feira, que os monitores de radiação em torno da
Central de Chernobyl haviam deixado de funcionar. A informação gerou
preocupações entre especialistas.
Rotação de turnos
Também na segunda-feira, a
Agência Internacional de Energia Atómica (Aiea) adiantou que os
trabalhadores ucranianos na Central de Chernobyl, que asseguravam as operações
desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, foram substituídos,
no fim de semana, por outra equipe. Todo os profissionais são oriundos da
localidade vizinha de Slavutych.
"O novo turno inclui
dois supervisores, em vez de um habitual, para assegurar que
há reserva disponível no local", acrescentou a Aiea.
A agência das Nações Unidas
citou entendimento firmado com os russos tendo em vista a organização das
rotações de turnos.