O Ministério da Saúde revisou a
recomendação de vacinação de adolescentes contra a covid-19. Em nota técnica publicada hoje (16)
pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, o ministério passou
a recomendar a vacinação apenas para os adolescentes entre 12 e 17 anos que
tenham deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.
Uma nota técnica anterior da pasta,
também de setembro, recomendava que a imunização dos adolescentes
tivesse início ontem (15), com a ressalva de que os que não
apresentassem comorbidades deveriam ser os últimos a ser vacinados.
A pasta citou, entre outros argumentos
para revisar a recomendação, o fato de que os benefícios da vacinação em
adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos e que a
Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda imunização de adolescentes com
ou sem comorbidades.
A OMS, entretanto, não chegou a
afirmar que a imunização de adolescentes não deveria ser realizada. Em vídeo publicado em junho, a
organização disse apenas que, neste momento, a vacinação de adolescentes entre
12 e 17 anos não é prioritária.
O ministério também argumentou que a
decisão foi tomada devido ao fato de a maioria dos adolescentes sem
comorbidades acometidos pela covid-19 apresentarem evolução benigna da
doença.
Outro ponto levantado foi o de que
houve uma redução na média móvel de casos e óbitos (queda de 60% no número de
casos e queda de mais de 58% no número de óbitos por covid-19 nos últimos 60
dias) com melhora do cenário epidemiológico.
Após a publicação da nota, algumas
cidades anunciaram a suspensão da vacinação de adolescentes, entre elas, as
prefeituras de Natal (RN) e Salvador (BA). Agora há pouco, o
governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decidiu seguir a recomendação do
ministério e também suspendeu a imunização de adolescentes na capital federal.
Atualmente, apenas a vacina da
Pfizer/Biontech tem autorização da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) para uso em adolescentes a partir de 12 anos.