As negociações para retomar o acordo nuclear de 2015 com o Irã enfrentavam a perspectiva de um colapso nesta sexta-feira (11), depois que uma demanda russa de última hora forçou as potências mundiais a pausar as negociações por tempo indeterminado, apesar de terem um texto amplamente concluído.
Os negociadores chegaram à
fase final de 11 meses de discussões para restaurar o acordo, que suspendeu as
sanções ao Irã em troca de restrições ao seu programa nuclear, há muito visto
pelo Ocidente como uma forma de encobrir o desenvolvimento de bombas atômicas.
Mas no sábado passado, o
ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, inesperadamente
exigiu garantias abrangentes de que o comércio russo com o Irã não seria
afetado pelas sanções impostas a Moscou por sua invasão da Ucrânia -- uma
exigência que as potências ocidentais dizem ser inaceitável e Washington
insistiu que não concordará.
Um colapso das negociações
poderia resultar em Teerã ficando a uma curta distância do desenvolvimento de
armas nucleares, uma perspectiva que poderia desencadear uma nova guerra no
Oriente Médio. Teerã nega que busca bombas atômicas.
O fracasso em chegar a um
acordo também pode levar o Ocidente a impor sanções severas adicionais ao Irã e
aumentar ainda mais os preços mundiais do petróleo já pressionados pelo
conflito na Ucrânia.
"É necessária uma pausa
(nas negociações de Viena), devido a fatores externos", escreveu o chefe
de política externa da União Europeia, Josep Borrell, no Twitter. "Um
texto final está essencialmente pronto e sobre a mesa."
Teerã sugeriu na
quinta-feira que havia novos obstáculos para retomar o acordo. Washington
ressaltou que não tem intenção de acomodar as exigências da Rússia.