Dengue: explosão de casos no Estado de São Paulo em 2021.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo no ano de 2018 foram registrados 15.708 casos de Dengue nos municípios paulistas, sendo que quatorze pessoas faleceram.Em 2020, foram notificados 400.184 casos de Dengue com crescimento de 2400% e 263 mortes. A Dengue existe no Brasil desde 1900, sendo que o primeiro caso registrado pelo Ministério da
Saúde foi em 1981 e em 1986 passou a ser considerada uma das 10 ameaças globais á Saúde Pública, principalmente nos países tropicais. A Dengue é uma infecção viral transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado pelo vírus da Dengue.Os ovos do Aedes aegypti conseguem resistir ás mudanças de temperaturas, bem como adaptam-se aos locais úmidos e secos e permanecem vivos por mais de um ano. O vírus da Dengue é caracterizado por quatro sorotipos denominados: DENV-1, DENV-2, DENV-3 E DENV-4. Cada Estado da Federação Brasileira anualmente consegue analisar e definir o sorotipo circulante através das amostras coletadas de indivíduos infectados. Em 2020 e 2021 prevaleceram os sorotipos 1 e 2 no Estado de São Paulo. Por existirem diversos sorotipos possibilita que o indivíduo seja infectado por até quatro vezes e a cada infecção aumenta a chance de desencadear a forma grave da doença. Os sintomas mais comuns são febre alta, dor de cabeça, dor em peso nos olhos, dor muscular e manchas pelo corpo. Diferente da Covid-19, a Dengue não cursa com tosse, falta de ar, dor de garganta ou coriza (nariz escorrendo) e não gera perda do olfato e do paladar característicos de quadros gripais.Os sintomas da Dengue duram de cinco a dez dias e caso apresente episódios de sangramento na gengiva, nariz, urina, dor abdominal, hipotensão arterial( pressão baixa) é chamada de Dengue Hemorrágica, é considerada grave. Em 2021, os casos de Dengue aumentaram principalmente nos municípios que não cumpriram as etapas necessárias para o controle da doença, como a busca efetiva dos criadouros através do extermínio dos ovos e larvas do Aedes aegypti. A Dengue exige medidas públicas essenciais assertivas no combate ao mosquito e a colaboração da população. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde reforçou o alerta sobre a importância das atitudes preventivas para evitar a proliferação do mosquito.
Prof. Dra Érika Alessandra Pellison Nunes da Costa
Médico Docente Faculdade de Medicina de Botucatu-Unesp
Médico Infectologista da Vigilância Epidemiológica de Tietê-SP.