No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego no Brasil recuou para 13,7%, segundo informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, como consequência do aumento do número de pessoas ocupadas, mas com grande incidência da informalidade, que chegou a 40,8% dos trabalhadores de modo geral. Assim, são 36,3 milhões de pessoas em trabalhos em carteira assinada e sem CNPJ.

Por outro lado, houve uma melhora no emprego formal. Mais da metade da população em idade para trabalhar possui alguma ocupação, pela primeira vez desde abril de 2020. O Brasil, porém, não recuperou, ainda, o nível de ocupação anterior à pandemia e 14,1 milhões de brasileiros estão em busca de trabalho.

De acordo com as informações relativas ao trimestre encerrado em julho, 89 milhões de pessoas tem um trabalho, 07 milhões a mais de um ano, o que representa um aumento de 8,6%. “A população ocupada segue inferior ao período pré-pandemia em cerca de 05 milhões de pessoas”, afirmou Adriana Beringuy, analista do IBGE.

E de fato. No primeiro trimestre de 2020, a população ocupada representava 94,1 milhões de brasileiros, o pico desde 2012. Em comparação ao trimestre encerrado em abril deste ano, 3,1 milhões de pessoas conseguiram uma ocupação, formal ou não, o que representa um avanço de 3,6%, com melhor ou estabilidade em quase todas as categorias de ocupação.

Na informalidade estão 36,3 milhões de pessoas, enquanto 25,1 milhões de pessoas trabalham por conta própria, com ou sem CNPJ. “O trabalho por conta própria tem sido como as pessoas estão se inserindo mais rapidamente no mercado. É a modalidade que já crescia em outros momentos de crise. É um dos primeiros a serem afetados e também dos primeiros a reagir”, disse Beringuy.

Outro ponto a se notar é o recuo no rendimento médio real dos trabalhadores, apesar do aumento do nível de ocupação. Para a analista, isto se deve em grande parte ao aumento da informalidade e a escalada da inflação, na medida em que, apesar de mais pessoas trabalharem, os trabalhadores tendem a tem remuneração menor.

O rendimento médio ficou em R$2.508 no trimestre até julho, uma queda de 2,9% quanto aos três meses anteriores e de 8,8% na comparação com o mesmo período do ano passado.