Em um dia de poucas negociações, a atuação do Banco Central (BC) pesou e fez o dólar fechar praticamente estável e ter o terceiro dia seguido de queda. A trégua não se repetiu na bolsa de valores, que teve perdas pelo segundo dia consecutivo.
O dólar comercial encerrou
esta quinta-feira (23) vendido a R$ 5,663, com pequena queda de 0,08%. A
cotação começou o dia em alta, chegando a R$ 5,71 por volta das 12h. Em
seguida, o BC fez dois leilões de venda direta de dólares das reservas
internacionais, que injetaram US$ 965 milhões no mercado e segurando a moeda
norte-americana.
Nas últimas semanas, o BC
tem intervindo no câmbio para reduzir a volatilidade provocada pela remessa de
lucros de empresas para o exterior, que influem na cotação, especialmente em
dias de pouca negociação. O dólar encerra a semana com queda de 0,37%. A divisa
acumula alta de 0,47% em dezembro e valorização de 9,09% em 2021.
No mercado de ações, as
tensões permaneceram. O índice Ibovespa, da B3, fechou a quinta-feira com queda
de 0,33%, aos 104.891 pontos. O indicador chegou a subir nos primeiros minutos
de negociação, mas perdeu força ainda durante a manhã, sem conseguir acompanhar
o avanço nas bolsas internacionais.
O Ibovespa fechou a
penúltima semana do ano com perda de 2,15%. O índice acumula queda de 11,87% em
2021.
Nesta quinta, a preocupação
dos mercados internacionais com o avanço da variante Ômicron do novo
coronavírus continuou diminuindo. Isso por causa da divulgação de estudos
segundo os quais a variante tem baixo índice de hospitalização em relação às
variantes anteriores. Além disso, a aprovação de duas pílulas para pacientes
moderados e graves pela agência reguladora dos Estados Unidos reduziu o
pessimismo com a evolução da pandemia.
No Brasil, os investidores
repercutiram a divulgação de que o índice IPCA-15, que serve como prévia da
inflação oficial, fechou 2021 em 10,42%, no maior nível desde 2015.
O índice diminuiu as
expectativas de que o Banco Central afrouxe os reajustes da taxa Selic (juros
básicos da economia) em 2022. Juros mais altos desestimulam aplicações em
mercados de maior risco, como a bolsa de valores.