Durante toda a vida escolar, muitos professores fazem colocações como: Você tem que estudar para ser alguém na vida (…)” ou “O mercado de trabalho está cada vez mais seletivo e estudar é a melhor forma de conseguir um bom lugar (...)”. Devido a essas afirmações, torna-se prioridade o aluno entender o seu papel no processo de ensino/aprendizagem. Isso o estimula ao autodesenvolvimento e a autocrítica, a fim de conquistar os requisitos fundamentais para exercer plenamente sua cidadania. 

Há décadas, a visão tradicional sempre o colocou como um receptor de informações de forma passiva, com o argumento de não possuir “maturidade e experiência”. Ainda por cima, costumava ser visto como uma “tabula rasa” e todas as informações eram gravadas pelo professor, conforme descreve o sociólogo e doutor Pedro Demo, em seus livros. Ele levantava uma de suas mãos para expressar sua opinião com absoluta certeza de oferecer uma resposta correta, caso contrário permanecia em silêncio. Em síntese, em sala de aula, assumia uma posição secundária e de menor importância. 

Em um passado mais recente, surge um novo conceito para sua atuação, o pensamento construtivista. Diante disso, adquire o poder para criar, questionar e através das suas interrogações, torna-se ativo na aquisição do seu aprendizado. Segundo os seus defensores como o biólogo, psicólogo e filósofo suíço, Jean William Fritz Piaget, o educador e filósofo brasileiro, Paulo Freire e outros:  o aprendiz traz em si um currículo oculto com conhecimentos, valores, inteligências, adquiridos antes do período escolar. Assim, passa a ser uma pessoa autônoma com capacidade para “dirigir-se, reger-se por suas leis próprias, pensar e decidir por si mesmo, pelo fato de refletir, discutir e identificar seus direitos e deveres”

Posteriormente, se depara com uma visão sociointeracionista, embasada nos fundamentos teóricos do pensador russo Lev Semenovitch Vygotsky. O estudante seria um ser emitente, com inquietações, em busca de respostas aos seus questionamentos e atento a todas as informações proporcionadas pelo seu contexto social. Por isso, precisa receber estímulos para ampliar suas percepções, com atenção às várias características do seu objeto de aprendizado, a fim de reconstruir seus conhecimentos. Ele deve compreender a importância de que “é um ser pensante” porque privilegia “a construção do conhecimento como um todo”. 

Enfim, conforme destacou Vygostsky: “O aluno é o sujeito atuante na construção do conhecimento de maneira que se possa colocar-se em contato com a herança histórica do saber humano”. Portanto, precisa ampliar seus horizontes, com independência e autonomia diante das suas experiências nos bancos escolares. Além de professores que o estimulem a encontrar novos caminhos, a fim de direcioná-lo a valorizar sua formação educacional.