“Saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, as suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e não a de transferir conhecimento” (Paulo Freire).
Na verdade, para
transformar em algo real as palavras sábias do famoso educador brasileiro, cada vez mais as pesquisas em nível internacional comprovam que a qualidade
educacional depende de uma parceria entre a família e a escola. Elas são as bases na construção do caráter e da
personalidade do ser humano. Para tanto, ambas devem seguir critérios
conjuntos, além de preparar os filhos/estudantes para o exercício da sua
cidadania, com capacidade para enfrentar os problemas do seu contexto social.
Devido a isso, os pais precisam
conversar em casa a respeito do currículo estudado em sala de aula, com a
valorização das regras estabelecidas pela escola. Ademais, nunca esquecer que
muitas vezes determinados problemas no espaço escolar, os filhos mesmos devem
saná-los, principalmente no campo da socialização. Enfim, estar presente nas
reuniões de pais, com o propósito de conhecer o desempenho dos alunos e de suas
dificuldades.
Outro fator
de máxima importância refere-se à
própria escola cumprir os alvos estabelecidos com as famílias, em relação às
propostas pedagógicas. Se isso não
acontece, existe uma falta de coerência entre o falar e a prática educacional,
porque “o aluno é o elemento mais importante no processo ensino/aprendizagem”.
Na medida do possível, sempre criar oportunidades para uma participação maior
dos familiares nas atividades escolares, com o propósito de existir uma relação
intima com a família.
O escritor Adriano Bonomi destaca muito bem essa questão, em seu livro “O relacionamento entre educadores e pais” com a seguinte colocação: “(...) a formação escolar reside no relacionamento de três personagens: o estudante, os pais e os educadores. Através deles “há uma inserção da criança na vida escolar, além de representar a ação conjunta rumo à consolidação de uma pedagogia voltada para a infância”.
Em síntese, a palavra educar pela sua etimologia “educere”, significa “conduzir a partir de”, ou seja, “educar é ajudar a ser, permitir que se seja”, um desafio a ser compartilhado pela família e escola. Por isso, pais e educadores necessitam de uma cumplicidade para oferecer uma educação integral. Assim, seus estudantes/filhos serão indivíduos altamente competitivos, dotados de valores éticos, de autonomia e senso crítico, os quais poderão contribuir para a construção de uma sociedade mais justa.