A Polícia Civil de Porto Feliz está investigando um suposto caso de injúria racial no município após uma adolescente registrar queixa alegando que foi despedida do emprego por causa das tranças.

A adolescente foi à delegacia acompanhada da mãe para registrar um boletim de ocorrência. Larissa, de 17 anos, contou que foi impedida de trabalhar no restaurante por causa do cabelo. Seria o primeiro dia do novo emprego como caixa.

“[O gerente] Disse para mim que se eu quisesse trabalhar eu teria que tirar as tranças. Era para eu voltar no outro dia sem as tranças. Senão, era para entregar o boné, o avental e ir embora. Falei que não ia tirar trança, porque não estava errado e outras meninas estavam com 'rabo de cavalo' e o cabelo exposto”, diz Larissa Barbosa.

A adolescente afirmou que já tinha sido atendente por três dias, no mesmo restaurante, em 2020. Na época, o cabelo não foi empecilho. A mãe decidiu fazer um desabafo nas redes sociais, o que chamou a atenção.

"Na escola eu sofri muito racismo. A gente chorava e ia embora e agora eu disse que minha filha não ia passar pela mesma coisa", contou Elaine Barbosa.

O gerente negou o racismo e alegou que só pediu para que ela enrolasse as tranças para dentro do boné, por ser uma norma da Vigilância Sanitária. Segundo ele, também disse que pediu para que a jovem voltasse no dia seguinte com o cabelo mais preso.