O Presidente do Equador, Guilherme Lasso, anunciou durante uma transmissão ao vivo em cadeia nacional de televisão, na noite desta segunda, 18, que o país está em estado de exceção, de modo que “as Forças Armadas serão sentidas com força” e irão às ruas, zelar pela segurança.

A medida começará valendo por 60 dias, passando o Exército a realizar patrulhas junto à polícia e a atuar “contra a delinquência”. “As Forças Armadas participarão do controle operacional da segurança dos cidadãos, da prevenção de delitos e da manutenção da ordem pública e realizarão operações de controle, buscas e apreensões”, disse.

Ainda, houve a nomeação de um novo Ministro da Defesa, o general de reserva Luis Hernández, que, agora, ocupa o lugar de Fernando Donoso, que renunciou na manhã do mesmo dia.

Lasso defendeu que as mudanças acontecerão em nome do combate ao narcotráfico e à violência. “Nas ruas do Equador só existe um inimigo: o narcotráfico. (...) Nos últimos anos, o Equador passou de país de tráfico de drogas a um país que também as consome”, afirmou.

O Ministério da Defesa deverá apresentar um plano para reformar as Forças Armadas, com o intuito de tornar a luta contra a violência “mais forte, sólida e comprometida”.

O Equador registrou neste ano, até o mês de agosto, 1.427 assassinatos, um número superior em 55 em relação ao levantamento de todo o ano de 2020. Ainda, o país vive disputa entre facções e uma crise de motins em prisões, tendo a última delas, registrada em setembro, terminado com 118 mortos. Em parte, as rebeliões começaram a acontecer como reação à iniciativa do Governo de transferir os chefes de organizações para penitenciárias da região central do país.

As facções e os cartéis internacionais têm se associado a grupos locais para obterem acesso a rotas mais privilegiadas para exportação de drogas, tendo o Equador se tornado um porto estratégico para escoamento de cocaína, produzida pela Colômbia, maior produtora da droga no mundo.