O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, criticou hoje (16) decisão de parlamentares russos, de reconhecer duas regiões separatistas apoiadas pela Rússia no leste da Ucrânia como independentes, dizendo que seria ilegal e atrairia resposta rápida.
A Duma, câmara baixa do
Parlamento russo, votou nessa terça-feira para pedir ao presidente
Vladimir Putin que reconheça as autodeclaradas repúblicas populares de Donetsk
e Luhansk. A União Europeia disse à Rússia para não seguir adiante.
"A promulgação dessa
resolução prejudicaria ainda mais a soberania e a integridade territorial da
Ucrânia, constituiria uma violação grosseira do direito internacional,
colocaria em questão o compromisso declarado da Rússia de continuar a se
envolver na diplomacia para alcançar resolução pacífica desta crise",
disse Blinken.
O secretário dos EUA também
afirmou que a medida "necessitaria de resposta rápida e firme dos Estados
Unidos em total coordenação com aliados e parceiros".
A medida da Duma, se
aprovada, pode gerar impasse mais amplo sobre escalada militar russa perto
da Ucrânia, que tem alimentado temores ocidentais de que Moscou possa atacar. A
Rússia nega qualquer plano de invasão e acusa o Ocidente de histeria.
O reconhecimento das regiões
autodeclaradas pode matar o processo de paz de Minsk no leste da Ucrânia, onde
um conflito na região conhecida como Donbass, entre forças do governo e
separatistas apoiados por Moscou, custou 15 mil vidas.
O porta-voz do Kremlin,
Dmitry Peskov, disse que Putin "tomou nota" do pedido do Parlamento,
mas que não estaria em linha com os acordos de Minsk de 2014-2015 destinados a
encerrar o conflito.