O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (26) que, ao informar sobre o envio de fertilizantes da Rússia para o Brasil, que esses insumos garantem a sobrevivência do agronegócio e a segurança alimentar deste e de outros países, para os quais a produção brasileira é exportada.
A afirmação foi feita
durante a abertura oficial da 23ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios.
“Quando estive, há poucas semanas, na Rússia tratando de fertilizantes,
momentos antes do ataque ao país vizinho, fomos lá lutar por interesses do
Brasil, porque não sobreviveremos sem fertilizantes”, disse o presidente.
“Neste momento, temos 27
navios russos navegando para o Brasil, para trazer fertilizante para o agronegócio,
que é nosso orgulho. Não é apenas pela questão de divisas ou por representar um
quarto do PIB [Produto Interno Bruto], mas para nossa segurança alimentar”,
acrescentou.
Bolsonaro disse ter recebido
pedidos de autoridades da Organização Mundial do Comércio (OMS) para que o
Brasil aumentasse as exportações de alimentos. O pedido, segundo ele, deve-se
ao fato de “o mundo não sobreviver sem os alimentos do Brasil”. “Nossa
importância para o mundo todo é a responsabilidade que temos”, complementou.
O presidente lembrou que, ao
dar títulos de terras a assentados, possibilitou parcerias entre agricultores
familiares e fazendeiros. Transformamos assentados em cidadãos, que estão ao
lado do fazendeiro, trabalhando em conjunto. O fazendeiro voltado ao agronegócio,
e esse pequeno produtor voltado à agricultura familiar”, argumentou.
Liberdade de expressão
Bolsonaro aproveitou o
encontro com prefeitos, vereadores, gestores e parlamentares que participam da
marcha para reiterar as críticas a autoridades que, segundo ele, estariam
atuando contra a liberdade de expressão de pessoas que têm vida pública.
“Nossa liberdade é inegociável. Quantos de nós somos agredidos ao longo de
nossa vida pública? Lamentamos, mas temos mecanismos para reparar isso”, disse
o presidente que, recentemente, concedeu perdão ao deputado Daniel Silveira
(PSL-RJ), que foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo Supremo Tribunal
Federal (STF) pelos crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos
Poderes e coação no curso do processo.
“Obviamente não podemos
admitir que algum de nós que possa ter certos poderes interfira no destino
final de nossa nação, nesse nosso bem maior que é a liberdade de expressão”,
acrescentou o presidente.
Marcha
Promovida pela Confederação
Nacional dos Municípios (CNM), a 23ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios
vai até quinta-feira (28) debatendo temas e apresentando reivindicações das
cidades brasileiras. Entre os assuntos abordados, estão reforma tributária,
saneamento, piso do magistério e o cenário pós-pandemia.
Nesta edição, o tema tratado
por cerca de 6 mil gestores públicos é Município: O caminho para Um Brasil
Melhor.