Ele nasceu e recebeu o nome de Aristides
Antonelli, mas se falar seu nome, ninguém o conhece. Ele é um dos casos típico
da “Tietê dos apelidos” e sendo assim, claro, que se te disser que é "Seo
Tide" você vai saber quem é com certeza.
Um homem de olhar sereno e fala mansa, de boa
prosa e de coração grande, que muitos que lêem este quadro, com certeza os
conheceram tomando um sorvete de limão ou de uvaia do Dante.
O Gente
que Entende de hoje, traz um pouco sobre a vida dessa pessoa que faz parte
“das doces e geladas” lembranças de muitos de nós. E será através dele mesmo
que o conheceremos ainda melhor. Eis:
A minha história
começa com meus pais Dante Antonel e Anna Urso Antonel, na cidade de Cerquilho.
Eu nasci no dia 22 de Novembro de 1934, num sítio localizado no bairro
Taquaral, ao lado da Igreja de Santo Antônio.
Somos uma família de
seis irmãos: Antônio, Amália, Terezinha, Odilia, Maria Luiza e eu. Depois de um tempo morando nesse primeiro lugar,
nos mudamos para um sítio mais próximo ao centro Cerquilho e foi lá que
estudei, até o 4º ano.
Em 1.951, viemos para
Tietê, quando meu pai comprou um bar na Avenida Soares Hungria e ali havia uma
máquina de sorvete. Foi neste momento que aprendi a fazer sorvete, naquela
máquina ainda rudimentar e com uma receita um tanto “precária”, mas era o
tínhamos e decidimos começar.
Em 1.952, um rapaz de
Campinas, que não lembro o nome, me ajudou dando instruções importantes sobre a
fabricação de sorvetes e principalmente me ajudando na indicação de materiais
mais modernos para fabricar o sorvete. Com todas essas informações em mãos,
aprimoramos nosso produto e passamos a oferecer um produto muito bom e assim
foi por 21 anos.
No começo, esse bar
que meu pai comprou e vendíamos sorvete, era conhecido como Bar do Dante mas
com o passar do tempo e com as vendas do sorvete alavancando as vendas do
estabelecimento, a própria população começou a chama-la de Sorvete do Dante. O
engraçado é que o Dante mesmo, meu pai, nunca fez um sorvete sequer.
Em 1.958, me casei
com Maria de Luca e tivemos três filhos: Geraldo (Gê cabeleireiro – in
memoriam), Sergio (da Relojoaria Real) e Vânia (da sorveteria).
Nesse meio tempo,
resolvi me aventurar em outro ramo e montar uma malharia, a Real Malhas, mas
trabalhei ali só por alguns anos, quando em 1.977, resolvi voltar para o ramo
dos sorvetes e abri uma sorveteria na esquina da Igreja Matriz.
Nesse novo local
trabalhávamos eu, minha esposa e meus filhos. Essa sorveteria não tinha nome.
Ali ficamos por cerca de 7 anos, mas com o tempo passando e com os filhos já
criados e seguindo sua vida, decidi que era hora de descansar então decidi
vender e me aposentar, isso foi no ano de 1.985. E assim, foram 7 anos que
permaneci afastado das batedeiras e freezers, mas a saudade das massas girando
nas batedeiras bateu.
Em 1.992, reabri com
minha filha Vânia e meu genro, a sorveteria Dante no lugar onde é hoje, próximo
a antiga rodoviária com equipamentos mais modernos para a época. De lá pra cá,
houve um momento em que trabalhei sozinho na sorveteria, até que minha esposa
teve um AVC e eu decidi me dedicar também a ela e com isso minha filha que é
cabelereira, voltou para a sorveteria para me ajudar com sua família,
importante ressaltar, que eles me ajudavam na venda, porque era somente eu quem
preparava o sorvete, e assim permaneceu por 18 anos.
Mas foi só em 2.010,
quando precisei realizar uma cirurgia no coração que comecei a ensinar a filha
a fazer sorvete. Depois do repouso da cirurgia, ainda voltei a trabalhar mais
pouco, mas em 2.012 decidi me aposentar de vez.
No total, foram mais
21 anos de entrega e dedicação a sorveteria e principalmente aos meus sorvetes,
buscando sempre aprimorar a fabricação de sorvete, mas também mantendo sempre a
receita original, que é bem conhecida na cidade de Tietê e região.
Atualmente é a
família de Vânia que comanda a sorveteria. Nesse tempo todo, a sorveteria não
tinha nome, mas agora foi resgatado o nome onde tudo começou: Dante Sorveteria, uma homenagem ao meu
pai.
Resumindo, minha vida
toda foi em torno da sorveteria, momentos felizes e tristes: ali casei, tive
filhos, vi chegarem os netos. Foi o local onde pude superar duas grandes
tristezas em minha vida. A perda do meu filho mais velho em 2.002 e minha
esposa 2.007, foram as maiores dores que tive na vida.
Hoje apesar de alguns
“probleminhas de saúde”, me considero um homem realizado pelo trabalho e na
vida. Tenho cinco netos: sendo da minha filha Vânia, Marília casada com Junior
de Vechi, o Bruno e o Fábio. Os filhos do meu filho Sérgio, Fabrício casado
com a Mônica e Ana Carolina casada com o Éder. Os bisnetos filhos de Carol são
Rafael, Thiago e Felipe.
Sou muito feliz
também, por esses anos todos ter recebido na sorveteria do Dante milhares e
milhares de pessoas, que sempre atendi com muito prazer e carinho. Afinal fazer
de um cliente um amigo, sempre é um grande prazer.
E por toda essa história linda de vida, pelas suas famosas receitas dos sorvetes de limão e uvaia, como também por toda dedicação e carinho que "SEO TIDE", o GNTC afirma que Tide é Gente que Entende de....FAZER SORVETES.