José Geraldo Foltran, tieteense da gema, mais conhecido por Gera, nasceu em 28 de agosto de 1958. É filho de Augusto Foltran e da Dona Carmela de Saconi Foltran, que ainda tiveram mais dois filhos: Maria do Carmo e Zezé Foltran.

Gente que Entende, hoje, traz um pouco sobre a vida dessa pessoa que tem o vôlei correndo nas veias, que o fez não só como estilo de vida, mas, também, como um pedaço de si próprio. Gera tem uma linda história de vida dedicada ao vôlei de Tietê, esporte que lhe permitiu conviver com muita gente e conhecer várias gerações apaixonadas pelo esporte.

E será através dele mesmo, que conheceremos ainda mais e melhor. Eis:

“Eu tive uma infância ótima em Tietê, sempre morei no centro, ou melhor, no ‘jardim’, naquela casa onde funcionou o Subway. Após chegar da escola, encontrava meus amigos e fazíamos nossas brincadeiras de rua, como empinar papagaio, rodar arquinho, carrinho de rolemã. E quando brincávamos de preso, percorríamos a cidade quase inteira até pegar todo mundo. Eu sempre estudei no Plínio, exceto no início. Na adolescência, a diversão era praticar esportes, até porque tínhamos três aulas de educação física no período letivo da tarde, depois disso era bater papo na praça quando meus pais deixavam. Quando o relógio marcava 22:00h, corria para casa, senão a ‘cinta comia’.

As aulas de educação física me despertaram para a prática de vários esportes, como handebol, basquete, mas minha vocação mesmo era para o vôlei. O Plínio era tipo um clube de lazer, até fazíamos aulas com a fanfarra ensaiando e o Seu Moacir, meu professor, até deixava a luz da quadra acesa a noite para treinar até as 21:00h, foi quando o esporte entrou na minha vida e me dediquei ao voleibol. 

Em 1970 passei a participar de campeonatos e, em 1971, joguei meu primeiro Jogos Regionais em Botucatu. Já em 1972, também joguei os Regionais na mesma cidade e passei a jogar por Botucatu, disputando campeonatos e participando de grandes torneios.” 

 

Emprego

“Meu primeiro emprego aconteceu em 1975, como Auxiliar de Fiscal Federal na Frangolândia, de propriedade do Sr. Ângelo Uliana, no fim dos meus 16 anos. Depois de me dedicar ao vôlei, competindo por Botucatu, voltei a Tietê, foi quando comecei a cursar Educação Física na UNIMEP e fui empregado pela Modinha, em 1979, que patrocinava vôlei. Lá se foram oito anos, depois trabalhei no Ronaldo Eller, até ser convidado a treinar equipes por Juca e Duílio: assim iniciei minha história como treinador, que me trouxe até hoje: treinador de vôlei de Tietê pela Prefeitura.”

 

Vida amorosa

“Em 1979 comecei a participar de alguns encontros da Comunidade Unida de Santa Terezinha – CUST, foi onde conheci Sandra morena, com quem passei oito anos até me casar em 1985. No ano seguinte veio nossa filha, Samanta. Em 1991, Isabela. Hoje, cada uma já tem sua profissão e a mais velha me deu um neto.”

 

Equipes de peso da cidade

“Nem sei mais precisar quantas equipes de vôlei já passaram por mim, não tenho nem ideia. Foram muitas crianças e adolescentes que passaram pela escolinha de vôlei da cidade, muitas equipes formadas que disputaram em várias categorias em diversos campeonatos, mas falando em equipes de vôlei de Tietê, o ‘Sollo’ é o nome mais forte, pela grandeza que foi este time e pelo nível das jogadoras..

Gosto também de destacar que Juca e eu montamos em 1988 uma equipe fantástica, com a qual disputávamos a Divisão Especial da Federação, com jogadoras daqui e algumas de fora. Foram vários títulos e Campeonatos disputados nos anos de 1991/92. Em 1993, fomos campeões do Torneio da Divisão Especial do Estado de São Paulo em cima do time da Nestlé, aqui no Ginásio Municipal Acácio Ferraz. Tínhamos nosso sistema caseiro e vencemos o “time gigante”!

Foi no final de 1993 que chegou a equipe do Sollo Tietê, e como chegaram? Juca já tinha saído da direção da equipe, nessa época Airton e eu estávamos no comando e disputávamos jogos pela Federação. A partir daí foi uma maravilha, participação na Super Liga, Sul-Americano. E assim esse “megatime” ficou por aqui até 1996, quando foi solicitado um valor muito alto para renovar o patrocínio e o contrato se findou.”

 

Atletas de destaque da escola Tietê

“Hoje vejo com orgulho várias atletas que passaram pelas nossas equipes realizarem voos altos, dentre elas destaco: Sabrina Floriano, jogadora do Bradesco, que foi convocada muitas vezes pela Seleção Brasileira; Ana Paula Pulito, que se tornou docente; ela saiu do time de Tietê, foi para São Bernardo e jogou em vários times, depois passou no vestibular da Esalq/USP e seguiu a carreira docente, deixando o esporte, hoje a filha segue a carreira de vôlei; Eduarda Modanezii, que foi jogar nos EUA; Giovana Betti, que foi jogar na Europa e Israel; outras, mas não menos, são Michele Tomazela e Isis Simonetti. A quem quiser seguir estas modelos, tenha foco, determinação e treine muito.”

 

Técnico na pandemia

“É terrível ver tudo por aqui vazio, sem as crianças treinando esportes, sem a alegria, só um vazio. Sinto saudade de todos correndo e treinando, do movimento, mas é preciso ser forte, me parece que precisaremos até recomeçar, pois não contávamos com incentivos aos atletas. Com a primeira notícia de encerramento, em março de 2020, refizemos na Liga todas as tabelas ao menos três vezes em vão, embora ela tenha conseguido realizar partidas pelo quadrangular masculino, onde quatro times disputaram. Hoje, vejo a quadra tomada de cadeiras abrigando os idosos que estão sendo vacinados, fico feliz por ela fazer parte de algo tão importante no processo que enfrenta o Brasil.”

 

Projetos futuros

“Espero que as vacinas funcionem logo, que maior quantidade seja produzida e que a normalidade voltará quando 90% da população estiver imunizada. Acho que até poderíamos já ter voltado à normalidade, mas vejo tantas pessoas não tendo cuidado com o outro.

Acredito que a vida é como uma equipe dentro de quadra, cada um joga pelo seu companheiro, pela equipe, não por si e para si. Agora é hora de jogarmos pela saúde um do outro. Ainda estamos vendo muita politicagem nessa pandemia, na minha opinião a medicina deve ser seguida e ponto final. Acredito que as divergências de opiniões são validas, desde que se chegue a um denominador comum, mas, enfim, temos que aprender com tudo isso para que não aconteça de novo.

O homem público deve investir mais dinheiro na saúde, em hospitais, tudo é importante, mas saúde e educação devem ser prioridades de investimentos. É o principal: se isso estiver bom, junto vem o esporte e o lazer. A pandemia nos mostrou que temos muito o que evoluir, mas se Deus quiser um dia a coisa anda… eu só quero retornar as minhas atividades.”

E por toda essa história de amor e dedicação ao esporte, mas, antes, por inspirar tantos atletas tieteenses, o GNTC afirma que Gera é Gente que Entende de... VÔLEI.