O Ministério de Minas e Energia – MME avalia que a volta do horário de verão teria um impacto limitado no tocante ao consumo de energia no país e não contribuiria em muito para o enfrentamento da atual crise energética, apesar da pressão de setores econômicos. 

Por outro lado, solicitou ao Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS que avaliasse a questão “à luz da atual conjuntura de escassez hídrica”. O programa foi extinto em 2019 pelo Presidente Jair Bolsonaro.

“A contribuição do horário de verão é limitada, tendo em vista que, nos últimos anos, houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o maior consumo diário de energia para o período diurno”, afirmou o Ministério em nota.

“Assim, no momento, o MME não identificou que a aplicação do horário de verão traga benefícios para redução da demanda”, prosseguiu, reiterando ter solicitado o reexame da questão. O ONS disse que não comentará a questão.

Na última segunda, 13, a pauta ganhou apoio do Instituto Clima Sociedade – ICS, Instituto de Defesa do Consumidor – Idec e da Iniciativa Energética Internacional – IEI. Todos acreditam que o Governo deva lançar mão de todos os meios de economia de energia possíveis neste momento.

“O ganho é pequeno, mas nesse momento precisamos contar megawatt por megawatt”, defendeu o ex-Diretor da ONS. Nesta mesma linha, a Associação Brasileira das Companhias de Energia Elétrica – ABCE argumenta que “por mais que não faça grandes diferenças, poupar é sempre bom”, nas palavras do Diretor-Presidente da entidade, Alexei Vivan, que ressaltou que o Brasil está gerando toda a sua capacidade térmica, razão pela qual as tarifas são pressionadas. 

Uma projeção do Idec leva a crer que o programa do horário de verão levasse a uma economia de 2% a 3% de energia no início da noite. Por sua vez, o Governo acredita que a menor economia não seria o bastante para justificar o transtorno que seria causado aos trabalhadores.