A musculação realizada em alta intensidade é
muitas vezes contraindicada para as pessoas com a hipertensão, porém, quando
ela é bem praticada, ela traz inúmeros benefícios para idosos, pessoas com
doenças cardiovasculares e diabetes, sendo que uma das justificativas é que a
musculação pode levar uma resposta negativa que é a hipertrofia cardíaca.
Primeiramente, devemos diferenciar a
hipertrofia fisiológica cardíaca da hipertrofia patológica cardíaca. A hipertrofia
fisiológica é uma adaptação benéfica, que promove aumento da função cardíaca,
do volume sistólico e menor sobrecarga cardiovascular, ou seja, menor estresse
cardíaco.
Por sua vez, a hipertrofia fisiológica
cardíaca - advinda da musculação, o aumento da síntese de actina e a miosina, não
proporciona grandes alterações nas características do estroma, o tecido
conectivo de sustentação de um órgão, portanto, sem prejuízos ao coração.
A hipertrofia patológica cardíaca, como a que
acontece na hipertensão arterial, a síntese de actina e miosina é acompanhada
do aumento dos componentes do estroma e do conteúdo de colágeno, podendo levar
a deficiência no processo de relaxamento cardíaco e diminuição da função do
coração.
O estudo de “Pelliccia et al”, em 1993,
analisou através dos ecocardiograma de 100 atletas de treinamento de força de
alta intensidade e verificou que eles
não tinham hipertrofia patológica cardíaca, mas, sim, hipertrofia fisiológica,
sendo assim, não havia nenhum prejuízo na função diastólica do ventrículo
esquerdo.
O estudo de Lalande e Baldi, em 2007, já
demonstrou por meio de ressonância magnética em atletas olímpicos de levantamento
de peso que não havia neles hipertrofia patológica e nem prejuízos no volume
diastólico final, no sistólico final e
volume de ejeção .
Sendo assim, os resultados refutam a hipótese
de que musculação induz a hipertrofia patológica cardíaca.
Preste muita atenção no que eu vou explicar
agora! A musculação, quando bem prescrita, programada e executada de forma
competente e profissional, promove importantes adaptações fisiológicas
associadas à diminuição da mortalidade.
Pesquisas bem esclarecidas, inclusive
conduzidas pelos pesquisadores Volaklis KA et al., constataram que o aumento da
força muscular diminui, com certeza, a mortalidade, mesmo em pessoas com
doenças cardiovasculares, doenças arteriais, periféricas, câncer, insuficiência
renal, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes tipo ll.
Fiquem atentos, procurem bons profissionais
de educação física para prescrever seus treinos de acordo com a sua idade e
suas necessidades e bons treinos. (Fonte R.C.)