Vi hoje, em uma rede social, um vídeo no qual Ariano Suassuna
manifesta-se a respeito da criação do homem e, ao mencionar a Teoria do
Evolucionismo de Darwin, posiciona-se totalmente contrário a ela. Seu argumento
principal é que a inteligência do homem é exponencialmente superior à do
macaco, em razão da capacidade humana de criar desde as mais simples às mais
elaboradas invenções e, neste ponto, o escritor cita a genialidade de quem
inventou o prendedor de roupas, por exemplo. Tal atributo, segundo ele, só pode
ser alicerçado por uma força divina, que não contempla os macacos, nossos
ascendentes, segundo aquela teoria.
Concordo plenamente com tal assertiva, afinal, o que nos
diferencia dos animais é nosso potencial
de pensamento, raciocínio, sentimento… e, com isso, estamos sempre criando
novidades, inventando e reinventando tecnologias e, principalmente, modificando
hábitos e o próprio meio físico em que vivemos.
No entanto, ao contemplar momentos e atitudes humanas, chego
a questionar: até que ponto utilizamos nossas habilidades para um crescimento
verdadeiro?
Sem dúvida alguma, somos capazes de criar, inventar,
transformar… mas por que nos deixamos levar principalmente pelo materialismo,
ao invés buscarmos por uma convivência pacífica com nossos semelhantes, sem
incursões bélicas, respaldados pelo respeito ao próximo, pelo reconhecimento de
que a vida terrena passa e, com ela, os anseios de grandeza, de superioridade.
Um fato recente que me chocou sobremaneira e, tenho certeza
ao mundo, foi a fatídica "aventura" de bilionários em um submersível
para visualizar, simplesmente visualizar, os destroços do Titanic… Certo, foi
um fato que marcou um momento da humanidade, mas, pergunto, qual o resultado
efetivo de tal proeza, a não ser a satisfação do próprio ego, o orgulho de
dizer "eu vi o navio naufragado há
mais de cem anos"... É claro
que existem interesses científicos e específicos relacionados ao naufrágio,
porém, pelo que consta, não teria sido este o objetivo da expedição. Por que
não utilizar os milhões empregados para tamanha ousadia para mitigar a fome e
as necessidades básicas de tantos desvalidos pela sorte, que grassam pelo
planeta, vivendo a escassez, a miséria, o sofrimento?
Não tenho resposta, tenho apenas a certeza de que, muitas
vezes, nos faltam a racionalidade e o sentimento e não temos razão alguma para
nos orgulhamos de sermos considerados "evoluídos".
Na verdade, falta-nos espiritualidade… falta-nos Deus… triste
isto.