A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – IPCA acelerou em 1,16% no mês de setembro, pressionada pela energia elétrica, sendo a maior taxa para mês desde 1994, quando medida 1,53%, ainda na fase inicial do Plano Real. Com isso, a barreira simbólica dos dois dígitos acumulados de 12 meses foi quebrada e a alta chegou a 10,25%.

Esta é a maior variação para o período desde de fevereiro de 2016, quando medidos 10,36%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 08, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e reforçam a tendência de escalada inflacionária que vem ganhando força com a pandemia da Covid-19.

Ainda assim, o avanço de setembro veio abaixo da expectativa de mercado, que previa uma variação de 1,25%. No mês de agosto, a variação foi de 0,87%.

Também no mês de setembro, o setor que mais foi puxado pela inflação foi o de habitação, que acelerou 0,68% em relação à agosto, tendo como razão o aumento das contas de luz, de 6,47%, com o impacto individual de 0,31 ponto percentual. A energia acumulada em 12 meses é de 28,82%.

O comportamento dos preços inflacionados se explica pela pandemia, alta do dólar, estoques menores e avanços das commodities, assim como a crise hídrica, que levou à implementação da bandeira tarifária de escassez hídrica, que acrescentou R$14,20 na conta de luz para cada 100 kWh consumidos, além da crise política vivenciada.

O Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na última segunda-feira, 04, que a inflação atingiria seu pico em setembro deste ano pelo IPCA. “Setembro deve ser o pico da inflação em 12 meses. A gente entende que existe um elemento de persistência maior e, por isso, estamos sendo mais incisivos nos juros”, disse, se referindo ao aumento da taxa básica de juros.

A expectativa é de ao final de 2021 o IPCA registre uma variação de 8,51%, indicou o Boletim Focus, divulgado pelo BC.