A Justiça do Rio de Janeiro adiou o julgamento da ex-deputada Flordelis, que estava marcado para a próxima segunda-feira (6), para o dia 12 de dezembro. A decisão foi publicada hoje (3).
A ex-deputada é acusada de
participação no assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de
2019.
O pedido de adiamento foi
feito pela defesa de Flordelis, sob o argumento da existência de laudos que
ainda não foram juntados ao processo e que são imprescindíveis para a defesa
dos acusados. Na petição, a defesa ainda alegou a falta de tempo hábil para analisar
outros novos laudos juntados ao processo.
Na decisão, a juíza Nearis
Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, afirmou que os advogados de defesa foram
orientados a comparecer ao cartório na quinta-feira (2) para obtenção da
cópia dos documentos, o que não ocorreu.
"Mister [necessário]
salientar que o conteúdo dos laudos que sequer foram elaborados, por óbvio, não
foi acessado pelo representante do MP [Ministério Público] ou pela assistência
da acusação, assim como deve ser consignado que os patronos das acusadas,
apesar de cientificados [informados] pessoalmente por esta magistrada e
orientados, a pedido desta, a comparecerem em cartório na data
de ontem para obtenção das cópias correspondentes aos últimos laudos
acostados ao processo em atenção a requerimento das próprias acusadas, deixaram
esta serventia sem fazê-lo", disse a juíza.
Mesmo assim, a juíza decidiu
acolher o pedido da defesa e adiar o tribunal do júri para o fim do ano, a fim
de garantir os princípios do contraditório e da ampla defesa.
Também foram adiados os
julgamentos de Marzy Teixeira da Silva, filha de Flordelis, e de Rayane dos
Santos Oliveira, neta da ex-deputada.
As defesas dos réus André
Luiz de Oliveira e Simone dos Santos Rodrigues, ambos filhos de Flordelis,
também ajuizaram petições requerendo o adiamento do júri. A advogada de André
alegou ter assumido a defesa do réu recentemente, não tendo oportunidade de
realizar entrevista privada e individual com o réu. A advogada de Simone
informou estar sem condições psicológicas para atuar no júri marcado para 6 de
junho em razão do falecimento de um parente próximo.
As duas demandas foram
atendidas pela juíza, transferindo os julgamentos para a mesma data de
Flordelis e os demais.