Tumores mais frequentes são no
colo do útero, corpo do útero e ovário
Voltada à conscientização
sobre o câncer ginecológico, a Campanha Julho Verde-Escuro chama a atenção para
a importância de exames preventivos e do diagnóstico precoce da doença. Apesar
da alta incidência no país, esses tumores podem diminuir drasticamente se a
população seguir as medidas de prevenção.
Os cânceres ginecológicos são
aqueles que afetam um ou mais órgãos do aparelho reprodutor feminino. As
ocorrências mais frequentes desse tipo de câncer no Brasil são de tumores no
colo do útero, no corpo do útero e no ovário. Esses tumores estão na lista do
Ministério da Saúde entre os dez mais recorrentes em mulheres no país, destaca
o chefe do Departamento de Ginecologia Oncológica do Instituto Nacional de
Câncer (Inca), Gustavo Guitmann.
“Dentre os dez principais, em
terceiro lugar, em mulher, está o câncer de colo de útero, com uma média de 17
mil casos por ano. Depois, em sétimo lugar, vem o corpo do útero, com em torno
de 7,8 mil casos, [segundo] a estatística que saiu agora. E o câncer de ovário
vem logo em seguida, com 7.310, isso em termos de incidência”, diz Guitmann.
Sintomas como sangramentos
incomuns e secreção vaginal fora do padrão devem ser investigados. A mulher
também deve ter atenção se houver casos prévios de câncer ginecológico na
família. Em todas as situações, a prevenção passa pelos exames periódicos.
A servidora pública Patrícia
Lins estava com o casamento marcado quando descobriu um tumor no endométrio, no
corpo do útero. Ela chegou a suspender a festa por causa da doença. Após
analisar as alternativas com seus médicos, a solução adotada foi a retirada do
órgão.
“Dizer que não me afetou em
nada não seria uma verdade. Imaginar que hoje eu jamais teria um filho
biológico mexeu um pouco”, conta. “Mas não era uma decisão só minha. Então, em
algum momento, eu conversei com o meu noivo e falei: ‘olha, você é muito jovem,
eu te deixo livre’. Fui bem honesta, ele disse não, enfim. Mas, assim, dizer
que não mexeu é mentira”, lembra ela.
Foi exatamente manter a rotina
de exames e as visitas ao ginecologista em dia o que salvou a vida de Patrícia
Lins, com destaca o ginecologista Leonardo Campbell. “Ela tinha uma alteração.
tinha um pólipo endometrial que foi descoberto no exame de rotina, uma
ultrassonografia transvaginal. E aí levantou o sinal de alerta que, pelo
tamanho dele, pelo formato, poderia ser, e aí foi investigado, foi descoberto
no começo. Então esse é o objetivo hoje em dia".
"Antigamente, não tão
antigamente, 20 anos atrás, 80% das pacientes com câncer morriam. Hoje 80%
sobrevivem. Isso não foi tanto pela melhora no tratamento, mas mais pelo diagnóstico
precoce”, completa Campbell.
A servidora pública Patrícia
Lins destaca a importância do check-up anual. “Quando eu conversei com primas
que tinham dois anos que não iam ao médico, sabe, [para] uma amiga minha, eu
falei ‘amiga deixa eu te falar, você não tem plano de saúde, mas junta um
dinheiro, uma vez ao ano faz um check-up'. Porque eu vou te falar, o preço lá
na frente é muito maior do que o preço de um exame se você não cuida.”