O Kremlin informou, nesta quinta-feira (17), que a Rússia está colocando energia colossal em negociações sobre possível acordo de paz com a Ucrânia, que poderia rapidamente encerrar a operação militar russa no país.
O porta-voz do Kremlin,
Dmitry Peskov, disse que a alegação do presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe
Biden, de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, é "criminoso de
guerra" é inaceitável, e que os EUA não têm o direito de dar lições à
Rússia após seu envolvimento em tantos conflitos.
Zelensky
Lembrando a queda do Muro de
Berlim, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, fez um apelo hoje ao
chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, para derrubar o que chamou de muro
entre a Europa "livre e não livre" e parar a guerra na Ucrânia.
Em mensagem ao Parlamento
alemão por videoconferência, Zelensky pediu a Scholz para restaurar a
liberdade na Ucrânia, explorando a memória coletiva da Alemanha com referência
ao histórico Bloqueio de Berlim entre 1948 e 1949, e à queda do Muro de Berlim
em 1989.
O presidente descreveu novo
muro "no meio da Europa entre a liberdade e a falta de liberdade".
Disse ainda a Alemanha ajudou a construir esse muro, isolando a Ucrânia
com seus laços comerciais com a Rússia e seu apoio anterior ao gasoduto Nord
Stream 2.
"E este muro está
ficando maior com cada bomba que cai sobre a Ucrânia, com cada decisão que não
é tomada", acrescentou.
A Alemanha suspendeu, no mês
passado, o projeto do gasoduto Nord Stream 2 no Mar Báltico, projetado para
duplicar o fluxo de gás russo diretamente para a Alemanha.
Lembrando o apelo do
ex-presidente dos EUA Ronald Reagan ao então líder soviético, Mikhail
Gorbachev, para derrubar o Muro de Berlim, Zelenskiy disse aos parlamentares
alemães: "É o que lhe digo, caro chanceler Scholz, destrua esse
muro".
"Dê à Alemanha o papel
de liderança que ela conquistou para que seus descendentes tenham orgulho de
você. Apoie a liberdade, apoie a Ucrânia, pare esta guerra, ajude-nos a parar
esta guerra", afirmou.
Os parlamentares alemães
receberam Zelensky com aplausos e de pé e a vice-presidente da Câmara, Katrin
Goering-Eckardt, disse a ele: "Seu país escolheu a democracia, e é isso
que (o presidente russo) Vladimir Putin teme".
Katrin afirmou disse que
Putin estava tentando negar o direito da Ucrânia de existir, acrescentando que
"ele já fracassou".