A vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, ganhou uma estátua em sua homenagem, no centro do Rio de Janeiro, no local onde ela costumava se reunir com seus eleitores para prestar conta do mandato. A inauguração foi nesta quarta-feira (27), aniversário da parlamentar, que estaria completando 43 anos de idade.
Compareceram diversos
políticos, admiradores e eleitores de Marielle, além de sua família. A Praça
Mário Lago, popularmente conhecida como Buraco do Lume, ficou lotada. Todos
queriam tirar uma foto ao lado da estátua, construída em bronze, em tamanho
natural, com 1,75 metro, mostrando Marielle com o punho esquerdo erguido,
esculpida pelo artista plástico Edgar Duvivier.
“É um dia de alegria. É o
dia em que minha filha veio ao mundo. Marielle era festeira, via muito o lado
do outro. Este lugar é um marco na vida dela. Toda sexta-feira ela estava aqui,
em cima de um caixote, prestando conta de seu mandato. A história ainda não
acabou, pois nós ainda não temos o mandante [do assassinato]. Mas a gente vai
chegar neles”, disse Marinete Silva, mãe de Marielle.
O assassinato da
parlamentar, uma emboscada na noite do dia 14 de março de 2018, quando ia para
casa, após uma atividade política, foi lembrado por sua irmã, Anielle Franco,
que ressaltou a luta da família por justiça.
“Hoje é um momento de
celebração, que fortalece a luta incansável que a gente tem vivido, nesses
quase cinco anos. A memória da Marielle é um pedacinho mais próximo da gente e
esperamos ter dias melhores. Foi um grande passo a gente ter conseguido esta
liberação [para colocação da estátua], trazê-la para cá, de punho cerrado, mas
com um sorriso no rosto”, disse Anielle.
Investigações
Após quatro anos e meio de
investigações, a polícia prendeu apenas os dois supostos executores da
parlamentar, o sargento da Polícia Militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM
Élcio de Queiroz, presos em presídio federal, aguardando o julgamento pelo crime. Porém, até o momento, não apareceu
nas investigações se houve um mandante do assassinato. Marielle foi assessora
do então deputado estadual Marcelo Freixo, na CPI das Milícias, na Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em 2008. O relatório final pediu o
indiciamento de 225 políticos, policiais, agentes penitenciários, bombeiros e
civis, levando diversas pessoas à cadeia.