A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano caiu de 4,65% para 4,58%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (20), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Para o próximo ano, a
expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e
serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,5%, a mesma previsão da
semana passada. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em
1,85% e 2%, respectivamente.
A previsão para o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial
do país, também variou para baixo, de 10,05% para 10,04% neste ano. É
a segunda redução depois de 35 semanas consecutivas de alta da
projeção.
Para 2022, a estimativa de
inflação ficou em 5,03%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,4% e 3%,
respectivamente.
Em novembro, puxada
principalmente pelo aumento de preços de combustíveis, a inflação foi de 0,95%, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula
altas de 9,26% no ano e de 10,74%, nos últimos 12 meses. A inflação acumulada
em 12 meses é a maior desde novembro de 2003.
A previsão para 2021 está
acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75% para este ano, com intervalo
de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o
limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%. Para 2022 e 2023, as metas são
3,5% e 3,25%, respectivamente, com o mesmo intervalo de tolerância.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de
inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 9,25% ao ano
pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para a próxima reunião do órgão, em
fevereiro, o Copom já sinalizou que deve elevar a Selic em mais 1,5 ponto
percentual.
As projeções do BC para a inflação estão
ligeiramente acima da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023. Isso reforça
a decisão da autarquia de manter a política mais contracionista, com elevação
dos juros, para que a inflação convirja para a meta dentro do intervalo de tolerância
definido pelo CMN.
Para o mercado financeiro, a
expectativa é de que a Selic seja elevada para 10,75% na primeira reunião do
Copom de 2022, em linha com a sinalização do BC, e termine o ano em 11,5%. Para
o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica cai para 8% ao ano. E para
2024, a previsão é de Selic em 7% ao ano.
Quando o Copom aumenta a
taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa
reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam
a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a recuperação
da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir
os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e
despesas administrativas.
Quando o Copom reduz a
Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à
produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a
atividade econômica.
A expectativa do mercado
para a cotação do dólar é R$ 5,60 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a
previsão é de que a moeda americana também fique em R$ 5,57.