Previsão
é que taxa Selic suba para 8,25% ao ano até o fim de 2021
A previsão do mercado
financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
considerada a inflação oficial do país, subiu, novamente, de 8% para 8,35%
neste ano. É a 24ª elevação consecutiva na projeção. A estimativa está no
Boletim Focus de hoje (20), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central
(BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Para 2022, a estimativa de
inflação é de 4,10%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,25% e 3%,
respectivamente.
A previsão para 2021 está
acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida
pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de
tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite
inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.
Em agosto, puxada pelos
combustíveis, a inflação subiu 0,87%, a maior inflação para o mês desde o ano
2000, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, o indicador acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12
meses, o maior acumulado desde fevereiro de 2016, quando o índice alcançou
10,36%.
Taxa
de juros
Para alcançar a meta de
inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de
juros, a Selic, estabelecida atualmente em 5,25% ao ano pelo Comitê de Política
Monetária (Copom). Amanhã (21) e quarta-feira (22), o Copom realiza a sexta
reunião do ano para definir a Selic.
Na ata da última reunião, em
agosto, os membros do comitê já indicaram que deve haver nova elevação, de 1
ponto percentual. Essa também é a expectativa do mercado financeiro, de que a
taxa suba para 6,25% ao ano no encontro do Copom desta semana.
Para o mercado financeiro, a
expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 8,25% ao ano. Na semana passada a
projeção era 8%. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba
para 8,50% ao ano. E para 2023 e 2024, a previsão é 6,75% e 6,50% ao ano,
respectivamente.
Quando o Copom aumenta a
taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa
reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam
a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia.
Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros
cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas
administrativas.
Quando o Copom reduz a
Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à
produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a
atividade econômica.
PIB
e câmbio
As instituições financeiras
consultadas pelo BC mantiveram a projeção para o crescimento da economia
brasileira este em 5,04%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto
(PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de
crescimento de 1,63%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do
PIB em 2,30% e 2,50%, respectivamente.
A expectativa para a cotação
do dólar também se manteve em R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de
2022, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,23.