Previsão para crescimento da economia é de 5,04% em 2021
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país,
subiu, novamente, de 8,45% para 8,51% neste ano. É a 26ª elevação consecutiva
na projeção. A estimativa está no Boletim Focus de hoje (4), pesquisa divulgada
semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais
indicadores econômicos.
Para 2022, a estimativa de inflação é de 4,14%. Para 2023 e
2024, as previsões são de 3,25% e 3%, respectivamente.
Em agosto, puxada pelos combustíveis, a inflação subiu
0,87%, a maior inflação para o mês desde o ano 2000, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador acumula
altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses, o maior acumulado desde
fevereiro de 2016, quando o índice alcançou 10,36%.
A inflação de setembro será divulgada pelo IBGE na
sexta-feira (8), mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15
(IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou índice de 1,14% no
mês, a maior taxa do IPCA-15 para um mês de setembro desde 1994 (1,42%).
A previsão para 2021 está acima da meta de inflação que deve
ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de
3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para
cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior de 5,25%.
Para 2022 e 2023 as metas são 3,5% e 3,25%, respectivamente, com o mesmo
intervalo de tolerância.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como
principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, que foi elevada neste
mês de 5,25% ao ano para 6,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária
(Copom). Ao anunciar a decisão, o Copom já sinalizou que pretende elevar a
Selic em mais um ponto percentual na próxima reunião, marcada para o fim de
outubro.
As projeções do BC para a inflação também estão ligeiramente
acima da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023. Isso reforça a decisão da
autarquia de manter a política contracionista de elevação dos juros.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic
encerre 2021 em 8,25% ao ano, mesma projeção da semana passada. Para o fim de
2022, a estimativa é de que a taxa básica suba para 8,5% ao ano. E para 2023 e
2024, a previsão é 6,75% e 6,5% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade
é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros
mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais
altas também podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos
consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos
consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito
fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle
da inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
As instituições financeiras consultadas pelo BC mantiveram a
projeção para o crescimento da economia brasileira este ano em 5,04%. Para
2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens
e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,57%. Em 2023 e 2024, o
mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,2% e 2,5%, respectivamente.
A expectativa para a cotação do dólar também se manteve em
R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é de que a moeda
americana fique em R$ 5,25.