A
atividade física é sinônimo de saúde, bem-estar e longevidade, no entanto,
quando vemos notícias de morte súbita em atletas, sejam amadores ou
profissionais, nos perguntamos o porquê dessa fatalidade. Afinal, o exercício
deveria, pelo menos, proteger as pessoas contra esse tipo de morte, certo? Pois
a resposta é: depende.
Antes
de mais nada, reforçamos: o esporte ou qualquer atividade tem uma série de
benefícios, entre eles o de prevenir enfermidades como a obesidade, diabetes e
muitos outros problemas de saúde. Contudo, as causas da morte súbita podem ser
inevitáveis, especialmente quando o indivíduo não sabe que possui uma doença
prévia.
O que é morte súbita?
De
acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a morte súbita ocorre quando
um indivíduo falece pouco tempo depois de sentir algum mal-estar e de forma
inesperada. Em geral, a maioria das vítimas vai a óbito antes do período de uma
hora após o início dos sintomas.
Causas da morte
súbita em atletas e público geral
A
principal razão da morte súbita em atletas está relacionada a doenças
cardiovasculares, sobretudo a miocardiopatia hipertrófica, cuja incidência é
maior em pessoas de até 35 anos; já para pessoas acima dessa faixa etária,
doenças coronárias costumam ser as causas.
Doenças
congênitas dessa origem também podem ser responsáveis. Ou seja, a enfermidade
se desenvolve ainda no ventre materno, durante a formação do bebê, devido a
alterações genéticas ou outros motivos. Por isso, nessas situações, o esporte
pode ser um gatilho para provocar o colapso.
Segundo
a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), a morte súbita ocorre,
pois muitas vezes a doença é difícil de ser diagnosticada, portanto, a pessoa
desconhece a existência da condição e se submete a atividades que elevam rapidamente
a frequência cardíaca e, assim, aumentando o risco de arritmias graves. Entre
os esportes mais envolvidos em morte súbita, a SOBRAC destaca a corrida,
ginástica olímpica e o futebol. Estima-se que as principais vítimas são do sexo
masculino.
Dá para prevenir uma
morte súbita?
Sim,
é possível prevenir, no entanto, o diagnóstico é fundamental para tais
cuidados. Talvez este seja o maior desafio, pois muitas pessoas adiam a visita
ao médico e começam a se movimentar por conta própria. Portanto, a recomendação
é: antes de iniciar ou retomar qualquer atividade física, procure orientação
profissional e realize os exames de rotina.
Atualmente,
mesmo com algum problema no coração, a pessoa poderá se exercitar tendo o
devido acompanhamento para não extrapolar a frequência cardíaca. Todos os
indivíduos, atletas ou não, devem realizar avaliação médica especializada e
exames específicos periodicamente, como exames laboratoriais, teste de esforço,
eletrocardiograma e ecocardiograma.
Fatores de risco
Além
de doenças pré-existentes, em especial as de origem cardíaca, outras
circunstâncias influenciam a morte súbita:
• Tabagismo: está presente na maioria
dos fatores de risco para doenças e complicações mais graves.
• Sedentarismo: quando alguém que não
faz nenhum tipo de exercício resolve se movimentar sem assistência, está mais
suscetível a males súbitos. Por exemplo, os famosos “atletas de final de
semana”, que se exercitam apenas de vez em quando, mas quando o fazem, são
atividades de alta intensidade as quais o corpo não está habituado.
• Obesidade e sobrepeso: o acúmulo de
gordura excessivo compromete o bom funcionamento do organismo. Afinal, o
coração se esforça mais para manter as funções de forma adequada, o que eleva a
probabilidade de morte súbita. Sem falar que a gordura pode obstruir artérias e
causar a aterosclerose, que também é um perigo à vida.
Como se exercitar de
forma segura?
Já
falamos que o aconselhamento médico é o primeiro passo para praticar qualquer
tipo de esporte. Se você não tiver restrições, é fundamental respeitar os
limites e começar a se exercitar de forma leve, não importa a modalidade
escolhida. Definir a frequência é outro pilar para a evolução do
condicionamento.
Em
outras palavras, não adianta treinar excessivamente por apenas dois dias da
semana, por exemplo.
Estabeleça
o mínimo de movimento todos os dias, nem que seja um treino curto, porém
eficiente. Para lhe ajudar nessa tarefa, busque um profissional de educação
física para elaborar um plano de acordo com suas possibilidades e rotina.