Sobreviventes de ataques com armas de fogo e estudantes norte-americanos protestarão, neste sábado (11), contra a violência armada em centenas de cidades, após o massacre de Uvalde, no Texas.
Organizados pelo grupo March for Our Lives [Marcha
pelas nossas vidas], os protestos estão marcados em mais de 300 cidades do
país, no momento em que a legislação sobre armas de fogo ganha novo impulso nos
Estados Unidos (EUA).
Um dos principais pontos das manifestações será a capital
norte-americana, Washington, com intervenções de sobreviventes da violência
armada, líderes e professores do March for Our Lives. O grupo é
liderado por jovens e foi fundado após os tiroteios nas escolas de Parkland,
que mobilizou manifestantes contra a violência armada em todo o mundo em 2018.
A mobilização em Washington deverá começar por volta das
12h locais.
"Após inúmeros tiroteios em massa e casos de
violência armada em nossas comunidades, é hora de voltar às ruas e marchar
pelas nossas vidas. Apareça e demonstre às nossas autoridades eleitas que
exigimos e merecemos uma nação livre de violência armada", diz o grupo no
anúncio do protesto.
Em Nova Iorque, estão agendados pontos de
manifestações em vários locais, sendo um dos principais o Cadman Park
Plaza, no Brooklyn.
O fundador do March for Our Lives, David Hogg,
também sobrevivente de um massacre em escola norte-americana,
pede a cidadãos de fora dos EUA que protestem também contra a
violência armada, junto com as embaixadas do país em todo o mundo.
O debate sobre a posse de armas voltou à ordem do dia nos
Estados Unidos, depois do massacre, no dia 24 de maio, em escola de
Uvalde, no estado do Texas, em que um jovem de 18 anos matou 19 crianças e dois
professores com arma de fogo.
A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou,
quarta-feira (8) projeto de lei de controle de armas, em resposta aos
recentes tiroteios em Buffalo e Uvalde. O projeto aumenta a idade mínima
para comprar uma espingarda semiautomática.
A proposta dos democratas dificilmente será aprovada no
Senado, onde os republicanos preferem melhorar os programas de saúde mental,
reforçar a segurança das escolas e a verificação de antecedentes.
O projeto surgiu depois que uma comissão da Câmara
dos Representantes ouviu depoimentos de vítimas de tiroteios recentes e
familiares, incluindo uma menina de 11 anos - Miah Cerrillo - que se
cobriu com o sangue de um colega morto para evitar ser baleada na escola
primária de Uvalde.
O ciclo aparentemente interminável de tiroteios em massa
nos Estados Unidos raramente fez com que o Congresso agisse, mas o ataque que
provocou a morte de 19 crianças e duas professoras em Uvalde reacendeu os
esforços e levou congressistas dos dois partidos a buscar uma solução.
"É revoltante, é revoltante que os nossos filhos
sejam forçados a viver com esse medo constante", disse a presidente da
Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.