A prática dos exercícios resistidos, geralmente realizados com pesos progressivos, recebe o nome de “musculação” porque o estímulo para aumento da massa muscular é acentuado. No entanto, esse efeito não é um objetivo facilmente atingido: os exercícios precisam ser realizados com cargas crescentes que imponham dificuldade para a sua realização, a regularidade das sessões é importante, assim como uma boa alimentação. Também não deve haver excesso de outras formas de atividade física e de estresse emocional. O estresse pode determinar até mesmo a diminuição da massa muscular, apesar de musculação adequada, devido ao aumento do hormônio cortisol. 
A musculação também produz estímulos muito eficientes para a redução da gordura corporal e para o fortalecimento dos ossos. O aumento da taxa metabólica faz com que o organismo utilize mais calorias em repouso. Os ossos se fortalecem pela reestruturação do tecido ósseo, mesmo quando não aumentam os valores da densitometria. Assim sendo, a musculação é o melhor exercício para melhorar a composição corporal e ajudar a tratar a osteopenia e a osteoporose. 
O aumento da massa muscular e a redução da gordura corporal têm importantes efeitos modeladores do corpo, sendo portanto objetivos básicos para a estética corporal. 
A musculação também é o mais eficiente exercício para estimular a saúde geral e o bem estar das pessoas. Por mecanismos diversos apenas recentemente esclarecidos o controle de doenças cardiovasculares, do diabetes e da obesidade é muito facilitado pelos efeitos da musculação. O aumento da força muscular permite a realização confortável e segura das atividades da vida diária e a melhor convivência com processos degenerativos articulares que produzem dores. No entanto, o controle de dores crônicas somente ocorre quando aumenta de forma significativa a força muscular. 
Por essa razão as pessoas com dores crônicas precisam esforçar-se para aumentar as cargas nos exercícios. Paradoxalmente, o aumento de cargas pode provocar dores em estruturas fragilizadas por desgastes. Quando isso ocorre, adaptações nos exercícios devem ser feitas: mudança nas técnicas de execução, redução de amplitudes e de cargas, e eventualmente substituição de exercícios. Não são realistas as expectativas de fortalecer os músculos sem aumentar os pesos e de não correr o risco de apresentar alguma dor no processo de fortalecimento. Importante é saber que profissionais competentes podem conduzir as pessoas com segurança no caminho da musculação em todas as condições de saúde, embora nem sempre sem algum desconforto. 
Outro aspecto importante é que o fortalecimento muscular é um processo lento e muitas vezes o controle de dores crônicas pode demandar muitos meses de treinamento persistente.

* Dr. José Maria Santarem - Médico fisiatra e reumatologista, doutor em medicina pela USP