CRESCEMOS numa geração onde o conhecimento reina, somos os jovens mais bem informados dos últimos anos. Informação, tecnologia que nos proporcionou conhecermos face a face os demônios antes escondidos e não falados e, eles não são os bichos- papões que ficavam embaixo da nossa cama, eles se materializaram, alguns no anseio presente do futuro – síndrome do pânico e transtorno de ansiedade, ou na insegurança, de como diria a maravilhosa Elis Regina de não “sermos ainda os mesmos e vivermos como nossos pais”então desesperados procuramos manter o padrão até então nos ensinado como certo, e com isto, buscamos nos formar aos 22, casar aos 25, filho aos 28, estar no mais alto cargo do nosso bom e bem sucedido emprego aos 30, mas e aí? O que resta para o amanhã? A nostalgia de um tempo não vivido? De baladas não curtidas, de namoros não amados e vividos até o último? Então nos entregam uma folhinha azul, onde com ela compramos caixinhas de faixa preta e vermelha, de comprimidos brancos e nos dizem que estamos depressivos. 

A palavra depressão na geografia significa, à grosso modo, um buraco. Mas vamos ao dicionário: 

Depressões são formas de relevo rebaixadas que se formaram a partir de um longo processo de erosão.

[...]

Depressões configuram uma unidade de relevo que possui área mais baixa em relação às áreas que estão em suas margens.

Mas então, porque ao alcançarmos tudo, nos sentimos em uma área mais baixa que a margem, que as pessoas comuns? Por que estamos em um profundo buraco? Onde perdemos a felicidade? o êxtase em viver? a endorfina pós a caminhada?, a adrenalina da emoção à espera daquele “date”?, a serotonina após comermos aquele bolo delicioso de chocolate?, ou aquele hamburguer da hamburgueria preferida? Ou aquela mesma serotonina, liberada após a sentido quente pele com pele da interação mais intima e instintiva que temos?.

Quando nos tornamos anestesiados? 

É aí que está, como numa sessão de psicologia, volto o espelho para você, e te pergunto, quando foi que nos perdemos de nós e nos tornamos um vazio andante? Bullseye! Nós nunca fomos felizes! Nos deixamos de nos satisfazer nas pequenas coisas da vida, pois entramos em um looping de um padrão compulsório de felicidade à ser seguido, e quando chegamos ao fim, não encontramos o pote ouro. Encontramos nós mesmos desfigurados, mais gordos ou mais magros, mais tristes, viciados, em um cigarro para acalmar, e uma taça de vinho para nos colocar a dormir, pois estamos muito  cansadosda monotonia da vida chata que construímos, em um cafezinho pela manhã, mais uma manhã chata, cinza e sem graça, e assim, somos mais uma vezidentificados por faixas de remédios controlados. 

“Ai, que Bucólico este texto, não irei terminar de ler” pensou isso, não pensou? Mas não pare a leitura agora não, preciso te dizer algo que aprendi. Fica, vai ter bolo. Hummfiiz um bolo hoje, e fiz sem receita, “à zóio e não é que ele deu certo? Ficou uma delícia. Percebe que não te disse que usei receita x ou y? Fui só misturando os ingredientes, e de coração leve, me divertindo, fui misturando, experimentando, preparando o forno, olhando o tempo, até este ficar pronto para que eu prove. Provei e não me arrependi, ficou maravilhoso. 

E faço essa analogia, e você deve pensar, “Ai Eloiza, não venha com mais clichês”, tentarei, prometo. O que te dizer é, TODAS as vezes que decidi fazer as coisas, viver a vida como ela é, parece óbvio, com alguns planos prontos, porém alguns surgiram na caminhada, fui provando caminho, amores, ouvindo histórias, ouvindo ou não conselhos. E não é que deu certo?! 

Gente, acordem, sério, despertem, NÓS NÃO SABEMOS LIDAR COM A FELICIDADE, POIS NÃO A VIVEMOS, seguimos cegos um padrão sem noção, é como usar uma calça jeans 5 números maior ou menor do que nos serve. Não estou falando que não há felicidade em seguir um caminho pré-definido, mas estou dizendo que pode haver mais felicidade ainda, no descobrir, no caminhar sem entender, no largar a faculdade pois não está gostando do curso, no decidir focar na carreira ao invés de casar-se aos 25. O bicho-papão nos assustava quando pequenos, não?! E sabe, quando pegaram nossa mãe, e nos mostraram que não havia monstros embaixo da cama, o medo se foi, já não tínhamos mais medo de dormir no escuro ou sós. E a vida é TAMBÉM isso, viver sem receita, ir até ao que nos faz temer e olhar de perto, largar os vícios e sair do piloto automático. E não estranhar, quando começar a ver as coisas dando certo, ou dando errado e tendo leveza no erro, pois é isso que é a vida, uma grande dança, onde não sabemos o passo, mas precisamos deixar que ela nos guie. 

Ninguém sabe a resposta, mas só saindo dos padrões, das caixas pré-determinas e aceitas cegamente é que poderemos encontrar a felicidade, e quem sabe passar a tarde e tomar um chá, ou beber com ela um\ cerveja naquele churrasco com os amigos ou aquela parte chata”. 

É tudo isso que descobri até agora.