Olá, você já perdeu um ente querido? Alguém bem próximo? Sim? Não? Sei que esse é um momento muito difícil. Me deparei com essa situação bem de pertinho quando perdi meu pai, ele com 38 anos e eu com 11. Por mais que você tenha preparo emocional, espiritual, físico, no momento que a morte bate a sua porta, não tem jeito, você desmorona. Não quer dizer que vai cair no chão ou coisa assim, é simplesmente a sensação de o mundo desabou a sua volta, o chão some, as pernas amolecem e o peito aperta, mas não há como voltar.

Durante a pandemia foram tempos difíceis, duros, complicados e acima de todos desumanos. Na hora do último adeus, caixões lacrados, velórios com tempos reduzidos, muitos velórios nem aconteceram. Lembro que coloquei a família no carro para uma pequena viagem e chegou uma ligação dizendo que o sepultamento já havia acontecido. A tristeza que já era grande, foi um pouco amplificada. 

As muitas regras impostas pelo momento da pandemia foram duras, em muitas cidades as regras ainda perduram, outra impuseram regras vitalícias, como por exemplo não fazer mais velórios a noite. Em muitas cidades pela violência depois das 22h é preciso deixar o ente querido ali, apagar as luzes, chorar em casa e voltar pela manhã.

Em minha cidade estamos vivendo um momento complicado. O prefeito Zé Pilon retirou as restrições de horários, porém dentro dos velórios públicos da cidade o expediente é das 6h às 17h, então é preciso fazer o velório dentro desse tempo. É um bom tempo, mas se o seu ente querido perde a vida depois das 15h por exemplo, o velório ficará só para o outro dia.

Não é tarefa fácil mudar essa realidade, é preciso contratar pessoas, adicional noturno, equipe para revezamento, prepara a segurança, iluminação e outras coisas para fazer acontecer e ter equipes prepararas, treinadas disponíveis 24 horas, para que cada família de nossa cidade possa dar um último adeus aos seus queridos que partiram.

Nas redes sociais surgem muitos comentários, muita coisa vem sendo dita, mas o que precisamos é nos unir, nos ajuntar como Cerquilhenses e esquecer as diferenças, quer sejam políticas, religiosas, comerciais, para que resolvamos nossas angústias.

O último adeus é um momento muito pesado e nosso desejo é que ele fique mais leve, retirando os entraves que ainda perduram.

 Se esse texto te fez pensar em seus entes queridos e te trouxe algum desconforto, não era a intenção. Meus mais sinceros sentimentos a você e sua família.

A vida é muito curta, ao pensar na morte, reflita também em sua vida.

Deus te abençoe.

Pastor Ronny Clayton,

Fazedor da Paz.