Bairros na capital alagoana estão afundando por
causa de mineração
O Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) vai acompanhar a situação emergencial decretada em Maceió pelo
afundamento de uma mina de exploração de sal-gema da Braskem.
De acordo com o CNJ, o
agravamento da situação será analisado pelo Observatório de Causas de Grande
Repercussão, órgão que tem a função de monitorar processos sobre desastres e
demais questões com grande repercussão.
A questão do afundamento
provocado pela mina é acompanhada pelo observatório desde 2019. Estão em
tramitação na Justiça pelo menos três ações civis públicas que tratam dos danos
ambientais provocados pela empresa e para anular o acordo feito pela prefeitura
de Maceió para indenização pelos prejuízos causados com o afundamento.
O governo federal
autorizou o reconhecimento do estado de situação de emergência na capital
alagoana.
A situação é mais grave nos
bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro, que sofreram nos últimos dias abalos
sísmicos devido à movimentação da cavidade de uma das minas da Braskem.
Quinta (30), a prefeitura de
Maceió decretou situação de emergência por 180 dias por causa do iminente
colapso da mina 18, que pode provocar o afundamento do solo em vários bairros.
A área já está desocupada e a circulação de embarcações da população está restrita
na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.
A Defesa Civil de Maceió
informou que a última medição apontou que a movimentação vertical acumulada na
área é de 1,42 metro e a velocidade vertical é de 2,6 centímetros por hora.
Em nota, a Braskem disse que
continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, tomando as medidas
cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências e que a área está
isolada desde terça-feira (28). A empresa ressalta que a região está desabitada
desde 2020.