A Diretora-Geral adjunta da Organização Mundial da Saúde, Mariângela Simão, afirmou durante uma entrevista concedida à EFI, que a OMS vem preparando um “tratado sobre pandemias”, visto que um novo fenômeno pandêmico é tão-somente “uma questão de tempo”. Para ela, pandemias são inevitáveis, não se sabendo apenas quando acontecerão.

Simão também contou que a organização passará a ter uma Assembleia Mundial de Saúde em novembro, na qual se discutirá a possibilidade real de desenvolvimento do tratado internacional, um tema que circula entre os países, apesar de não ter sido aprovado ainda. O tratado criaria “uma série de formalidades que os países e o setor privado têm que tomar no caso de uma emergência como uma pandemia mundial”, explicou.

“Essa pandemia, depois da gripe espanhola, foi a mais impactante e é também uma constatação: acho que o mundo precisa acordar porque a gente vê que não foram apenas os países em desenvolvimento que foram afetados. Afetou o mundo todo, ninguém estava preparado. (...) A Assembleia Mundial da Saúde agora em novembro estará discutindo a possibilidade de desenvolver um tratado para pandemias”, contou.

Na reunião, ainda, deverão ser discutidas as questões atinentes às variantes da Covid-19 e a distribuição de vacinas, lembrando que apenas a cepa Delta já está presente em 188 países, incluindo o Brasil. “Então a preocupação e o empenho em aumentar a cobertura vacinal é global, mas em todos os países e não apenas em alguns, para evitar que novas variantes preocupantes surjam”, explicou.

A respeito da vacinação de adolescentes entre 12 e 15 anos, Simão relembrou que a OMS recomenda desde julho desse ano o uso da vacina da Pfizer, a única recomendada para esta faixa etária, mas ressalvou que “a vacina deve ser priorizada para adolescentes portadores de comorbidades” e que “a vacina para este grupo deve ser administrada após a cobertura de todos os outros grupos prioritários.

Com relação à vacinação de crianças, alertou para o fato de que “não tem vacina aprovada ainda para criança, então não pode ter uma política nacional usando vacinas que não foram aprovadas para idade abaixo de 12 anos”. Também apontou para o fato de que não existem indicações da OMS para que os imunizantes contra a Covid-19 sejam aplicados anualmente, “no entanto, é possível que isso aconteça”, finalizou.