A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (6) a Operação Poyais contra uma organização criminosa suspeita de praticar fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas no Brasil e no exterior. Cerca de 100 policiais, além de servidores da Receita Federal, cumprem 20 mandados de busca e apreensão.
A 23ª Vara Federal de
Curitiba decretou o sequestro de imóveis e o bloqueio de valores dos suspeitos.
As ordens judiciais são cumpridas na capital paranaense, em São José dos
Pinhais (PR), Governador Celso Ramos (SC), Barueri (SP), São José do Rio Preto
(SP) e em Angra dos Reis (RJ).
De acordo com a PF, em
janeiro de 2022, o departamento de Segurança Interna da Embaixada dos Estados
Unidos em Brasília informou que uma empresa internacional e seu principal
gerenciador, um brasileiro residente em Curitiba, estavam sendo investigados
pela Força Tarefa de El Dorado por envolvimento em conspiração multimilionária
de lavagem de capitais a partir de um esquema de pirâmide de investimentos em
criptoativos.
“Diante das informações e do
pedido de cooperação policial internacional, iniciou-se investigação em
Curitiba por conta das suspeitas da ocorrência de crimes conexos às fraudes
praticados nos EUA pelo brasileiro, notadamente quanto à lavagem transnacional
dos recursos ilícitos recebidos no exterior”, informou a corporação.
Diligências iniciais
revelaram que o brasileiro possuía mais de 100 empresas abertas no Brasil
vinculadas a ele e, através do grupo empresarial, estaria lesando investidores
no exterior e em território nacional.
“No Brasil, constatou-se que
o investigado logrou êxito em iludir milhares de vítimas que acreditavam nos
serviços por ele prometidos através de suas empresas, os quais consistiam no
aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que poderiam
alcançar até 20% do capital investido.”
Simultaneamente, segundo a
PF, constatou-se que a mesma organização criminosa, com parceiros no exterior,
cometia fraude semelhante, porém focada em marketing multinível, nos
Estados Unidos e em ao menos outros dez países.
Diligências investigativas
revelaram que a organização criminosa movimentou, no Brasil, cerca de R$ 4
bilhões pelo sistema bancário oficial.
“As ordens judiciais
cumpridas na data de hoje visam não apenas a cessação das atividades
criminosas, mas também a elucidação da participação de todos os investigados
nos crimes sob apuração, bem como o rastreamento patrimonial para viabilizar,
ainda que parcialmente, a reparação dos danos gerados às vítimas”, destacou a
corporação.