Tínhamos
uns 15 anos, eu e meu primo Ju. Vovô Afonso nos levou para passar uns dias no
sítio. Levou também meu irmão Fer e meus primos Fon e Rica. Foi muito bom. O
sítio era muito simples, mas, para nós, um universo de tamanho e
possibilidades. Eu me sentia como se fora um tipo como Daniel Boone!
A
hora do banho era a mais divertida: como a água da casa era pouca, descíamos
pelo pasto até o tanque (um pequeno lago). Nadávamos pelados e antes de voltar
nos ensaboávamos e mergulhávamos de novo para tirar o sabão.
Um
dia avistamos de longe umas meninas nadando no tanque. Eu fiquei puto com
aquilo, pois estavam invadindo as nossas posses! Então eu e Ju fomos até lá a
cavalo (Ju foi na minha garupa). Ao checar, fiz um discurso duro, dizendo que o
imóvel era de propriedade do nosso avô e que elas não poderiam entrar ser
permissão.
As
meninas foram embora e eu fiquei muito satisfeito com a minha brava atitude,
pois “era assim que se cuidava de um sítio”, julgava eu.
E
fiquei orgulhoso de mim mesmo até suspeitar que elas andaram vendo a gente
pelado lá e resolveram socializar conosco! Ou seja, até suspeitar que fizera
uma grande besteira!