A Petrobras anunciou ontem, 29, um investimento de R$300 milhões em um programa social, ainda em fase de estudos, que deverá garantir a compra de gás de cozinha por famílias em situação de vulnerabilidade social. Apesar de o foco ser o gás, o programa deverá contribuir para aquisição de insumos essenciais em geral.

“A iniciativa tem como objetivo ampliar a atuação social com maior alinhamento ao praticado por outros players de mercado e se justifica pelos efeitos da situação excepcional e de emergência decorrentes da pandemia da Covid-19”, informou.

O Presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, comentou sobre as dificuldades que a pandemia trouxe para as pessoas em situação de pobreza, um fato que “alerta a Petrobras para que reforce seu papel social, contribuindo ainda mais com a sociedade”.

O anúncio acontece em meio à pressão que a empresa sofre devido ao forte aumento no preço do botijão de gás, que em determinadas localidades chega a custar em torno de R$100. Apenas no ano de 2021, o preço médio do botijão, no Brasil, subiu cerca de 30%, o que forçou muitos a optar pela volta ao fogão à lenha ou carvão para cozinhar.

A pressão sobre o preço do insumo é ainda maior devido à escalada da cotação internacional do propano, matéria-prima do gás de cozinha. Em um mês, a cotação subiu 15% e em 2021, a alta acumulada é de 96%.

O preço do gás de cozinha não é reajustado pela Petrobras desde julho, quando o aumento promovido foi 6% e vem operando abaixo da paridade de importação há três semanas consecutivas.

Nesta quarta-feira, 29, a Câmara dos Deputados aprovou o auxílio Gás Social, com valor de, no mínimo, 50% da média nacional de preço do botijão, para subsidiar famílias de baixa renda. A aprovação se deu por votação simbólica e segue para o Senado.