A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (15) a Operação La Cadena, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que seria responsável pela movimentação ilícita de ouro proveniente de terras indígenas da Venezuela.
Por determinação da 1ª Vara da Justiça Federal em
Roraima, cerca de 70 policiais federais cumprem 40 mandados, dos quais quatro
são de prisão preventiva, 14 de busca e apreensão, seis de condução
coercitiva para monitoramento eletrônico e 16 de sequestro de bens.
Segundo a PF, as investigações tiveram início em abril de
2019, quando um veículo que apresentava registro de roubo foi abordado por
policiais militares em Pacaraima (RR), na fronteira do Brasil com a Venezuela.
“O condutor estava com aproximadamente R$ 180 mil e
informou que os valores seriam utilizados para aquisição de ouro de origem
venezuelana e que, inclusive, realizava esse tipo de compra mensalmente há
pelo menos um ano”, informa a PF.
De acordo com os investigadores, o homem foi encaminhado
à Polícia Federal, “que detectou registros de relacionamento daquela situação
com investigados na Operação Hespérides”, deflagrada em 2019 para investigar a
existência de uma organização criminosa especializada em introduzir ouro
venezuelano no Brasil.
Os policiais constataram que os investigados
contrabandeavam o ouro de forma disfarçada como “sucata de metal”. Dessa forma,
dissimulavam a origem e a qualidade do material. A suspeita é de que os
suspeitos movimentaram, de forma ilegal, quantias bilionárias, conforme nota
divulgada pela PF.
“O inquérito policial indica que a organização também
exportaria irregularmente volumosas quantidades de produtos alimentícios para o
país vizinho, com suspeitas de que o pagamento seria feito em ouro, que seria
internalizado clandestinamente no Brasil”, acrescenta a nota.
Empresas localizadas em Roraima teriam sido utilizadas
para dar a aparência de legalidade aos lucros obtidos pelo grupo.
“Há indícios da importação proibida de mais de 100
quilos de ouro venezuelano, além da dissimulação da origem de mais de R$
32 milhões”, completa a nota da PF, ao informar que, entre os crimes praticados
pelos suspeitos de integrarem a organização criminosa, estão os de contrabando,
descaminho, sonegação tributária e lavagem de dinheiro.