Um ato na Avenida Paulista
reuniu na tarde de hoje (7) apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. A
concentração começou por volta das 11h entre a Praça do Ciclista e a Avenida
Brigadeiro Luís Antônio. Grande parte dos manifestantes usava peças
verde-amarelas, além de carregar faixas e bandeiras do Brasil. Havia também
carros de som em trecho da avenida com maior concentração de pessoas.
Os participantes se
posicionaram contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Alguns
portavam faixas defendendo o impeachment dos ministros da Corte e outros
chegaram a pedir a intervenção militar no país.
Após participar do ato em
Brasília, Bolsonaro embarcou para São Paulo, aonde chegou às 15h30. Do alto de
um carro de som, o presidente discursou: “Não vamos mais admitir [que] pessoas
como Alexandre de Moraes continuem a açoitar a nossa democracia e desrespeitar
a nossa Constituição. Ele teve todas as oportunidades para agir com respeito a
todos nós, mas não agiu dessa maneira como continua a não agir”, disse.
Sobre o modelo das eleições no
país, ele se dirigiu a Luís Roberto Barroso, presidente do TSE. “Nós queremos
eleições limpas, auditáveis e com contagem pública. Não posso participar de uma
farsa como essa patrocinada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral”,
disse. “A alma da democracia é o voto. Não podemos admitir um sistema eleitoral
que não oferece qualquer segurança por ocasião das eleições. Não é uma pessoa
do TSE que vai nos dizer que esse processo é seguro e confiável”, disse
Bolsonaro.
Ele voltou a responsabilizar
governadores e prefeitos. “Vocês passaram momentos difíceis com a pandemia [de
covid-19], mas pior que o vírus foram as ações de alguns governadores e alguns
prefeitos, que simplesmente ignoraram a nossa Constituição, em especial os
incisos do Artigo 5º, onde tolheram a liberdade de expressão, tolheram o
direito de ir e vir, proibiram vocês de trabalhar e frequentar templos e
igrejas para sua oração.”
O presidente cumprimentou os
manifestantes: “Neste momento, quero mais uma vez agradecer a todos vocês,
agradecer a Deus pela minha vida e pela missão, e dizer àqueles que querem me
tornar inelegível em Brasília: só Deus me tira de lá.”
Tanto o ministro Alexandre de
Moraes quanto Luís Roberto Barroso se pronunciaram hoje nas redes sociais por
ocasião do 7 de Setembro, antes do discurso do presidente Bolsonaro. Barroso
pediu que sejam garantidas no país “eleições livres, limpas e seguras” e que
não haja “volta ao passado”. Já Moraes defendeu “absoluto respeito à
democracia”.
Balanço
Manifestantes contrários ao
presidente também se reuniram em São Paulo nesta terça-feira, no Vale do Anhangabaú. De acordo com a
Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, cerca de 140 mil pessoas
participaram dos dois atos, sendo 125 mil pessoas na região da Paulista e 15
mil no Anhangabaú. Segundo o órgão, a estimativa do público foi feita a partir
de imagens aéreas, análise de mapas e georreferenciamento.
Entre as ocorrências
policiais, uma pessoa ficou ferida após a queda de um drone ilegal na Avenida
Paulista, uma foi encaminhada ao Distrito Policial (DP) por porte de arma
branca e outra por porte de sinalizadores e fogos de artifício. Dois criminosos
que furtavam celulares foram presos na região da Paulista (dez aparelhos foram
recuperados).
Além disso, uma pessoa
flagrada com apetrechos para a confecção de coquetel molotov no Vale do
Anhangabaú foi encaminhada ao 8º DP.
Multa
O Governo de São Paulo aplicou
multa ao presidente Jair Bolsonaro por não utilizar máscara durante a
manifestação na Avenida Paulista. Os agentes da Vigilância Sanitária Estadual
também autuaram outras 13 autoridades e personalidades, entre deputados,
secretários, lideranças religiosas, artistas e empresários durante o ato
durante o feriado de hoje.
Na lista de autuados estão os
deputados federais Carla Zambelli (PSL-SP), Marco Feliciano (Republicanos-SP),
General Girão Monteiro (PSL-RN) e Marcio Labre (PSL-RJ), o deputado estadual
Danilo Balas (PSL-SP), o empresário Luciano Hang, o canto Netinho, o secretário
Especial de Cultura, Mário Frias, o subsecretário de Fomento e Incentivo à
Cultura, André Porciuncula, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de
Freitas, o pastor Silas Malafaia, a prefeita de Bauru (SP), Suellen Rosim e o
ex-senador Magno Malta.