Há dias participei da reunião escolar da minha filha mais nova, ela está cursando o 2° ano do ensino fundamental. Recebi seu boletim que veio recheado de notas 8, 9 e 10. Eu elogiei, vibrei e fiz festa. Já meu filho primogênito que cursa ETEC, também costuma apresentar seu boletim recheado de notas B (Bom) e MB (Muito Bom) e por saber disso, minha filha começou dizer: "Ah, eu queria que meu boletim fosse também como o do meu irmão, recheado de notas 10!"

Assim, eu comecei a dizer pra minha filha que eu me sinto muito satisfeita e feliz com os resultados que eles apresentam em seus boletins, porque eu sequer tinha um boletim tão lindo assim. Ela riu muito e ficou mais conformada.

Isso, porém, me fez pensar um pouco mais a respeito de um assunto que compartilhei recentemente na igreja da qual faço parte; a inclinação em fazer comparações e nos cobrar sobre os resultados!

Eu considero a comparação o mal do mundo e essa cobrança de resultado uma prensa que nos faz perder de viver e desfrutar do real sentindo da vida.

Os resultados são importantes, trabalhamos para alcança-los, porém, ainda que não sejam satisfatórios, há uma beleza na experiência vivida para chegar até eles, o que não pode e nem deve ser menosprezada.

A vida é o que você vive, absorve e amadurece no decorrer da caminhada, os resultados são a consequência disso.

Então, pensando numa pescaria, a “graça” da pescaria, não está efetivamente na quantidade de peixes pescados, até porque muitas vezes não se pesca nada... rsrsrsrsrs, mas no prazer de viver aquele momento, de estar no meio da natureza, naquele tranquilo e silencioso lugar, é o que faz a experiência da pescaria ser especial.

O mestre Jesus disse que veio aqui para fazer tudo o que via o Pai fazer. Ele andava ensinando, curando e libertando, mas teve uma ocasião em que ele não pode fazer isso da mesma forma que em outros lugares, conforme registrado no livro de Mateus 13:54-58: “Chegando à sua cidade, começou a ensinar o povo na sinagoga. Todos ficaram admirados e perguntavam: "De onde lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos?

Não é este o filho do carpinteiro? O nome de sua mãe não é Maria, e não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?

Não estão conosco todas as suas irmãs? De onde, pois, ele obteve todas essas coisas?

"E ficavam escandalizados por causa dele. Mas Jesus lhes disse: "Só em sua própria terra e em sua própria casa é que um profeta não tem honra".

“E não realizou muitos milagres ali, por causa da incredulidade deles.”

Certamente este não era o resultado que Jesus esperava, em especial por ser a cidade dele, mas ele estava disposto como em todos os outros momentos de sua caminhada, porém não dependia só dele, a incredulidade das pessoas o impediu de fazer. Isso não anulou tudo o que ele já tinha vivido e nem tão pouco o deteve de alcançar outras vidas.

Pare de se deter aos resultados que as pessoas esperam de você, olhe o quanto você caminhou, se esforçou, se dedicou pra chegar até aqui e você já não é mais o mesmo de quando começou esta caminhada, mas com toda certeza é alguém melhor!

Se pensarmos num jogo de futebol, nem sempre o gol acontece e nem todos os jogadores fazem o gol, mas independente disso o jogo aconteceu, a torcida vibrou e cada jogador fez o que foi possível, a beleza da vida é reconhecer que a partida valeu a pena independente dos gols!

Prossiga. O ano ainda não acabou e o “juiz” não apitou o fim do jogo!