Eu hoje acordei nostálgica,
talvez os pingos da chuva benfazeja estejam contribuindo para tal e fazem com
que eu volte a momentos, imagens, pessoas distantes, amores longínquos, perdas
irremediáveis. Eu hoje acordei saudosa, ainda mais saudosa. Hoje, tudo o que eu
mais queria é a sua presença física, o som da sua voz, a irreverência de sua
“risada tão gostosa/ esse seu jeito de achar/ que a vida pode ser
maravilhosa”... Eu hoje só queria estar concretamente com você: MEU FILHO.
Digo concretamente, pois,
apesar dos longos anos em que tenho sido acompanhada pela saudade e um esforço
tremendo para aceitar sua partida, sem revolta, e na certeza de um reencontro,
sinto-o vivo em meu coração, em meu pensamento, em minha alma. Sim, você é
inerente à minha vida, assim como suas irmãs, seu filho, meus netos. Vocês
fazem parte de mim, a despeito da maldade de quem nunca soube o que é ter DEUS
(independente de qualquer doutrina ou crença) como Mestre Supremo.
Eu hoje sinto brotarem em
meus olhos lágrimas raras, já que sempre tive dificuldade em vertê-las; mas
hoje sinto vontade de chorar, mansamente, silenciosamente, enquanto sinto a sua
presença suave e amada, tão amada, em torno de mim. Eu hoje, amanhã, sempre, sinto-o vivo em mim, em todos os cantos de nossa casa, em todos os
olhares daqueles que, como eu, tiveram a ventura de tê-lo por perto e, como eu,
guardam de você as melhores lembranças... a eterna saudade.
E reafirmo, sem revolta, sem
mágoas; diria, até, sem dor, pois você está, e sempre estará aqui, comigo, independentemente
da distância espacial. E sei que você está bem, ANTÔNIO, descansando ou, mesmo,
crescendo espiritualmente na imensidão do Universo.
Fique bem, meu amor, fique
bem, pois estamos bem, seu pai, suas irmãs, filho, sobrinhos... estamos bem e
sempre estaremos com você em nossos corações.
E essa chuvinha mansa leve
até você os eflúvios de nosso amor eterno.